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Polícia anuncia mais 2 prisões relacionadas a ataque em Londres

As detenções, que elevam a nove o número de pessoas sob custódia, foram classificadas pela polícia como "significativas"

Polícia: a investigação se concentra em entender a motivação e a preparação do ataque (Darren Staples/Reuters)

Polícia: a investigação se concentra em entender a motivação e a preparação do ataque (Darren Staples/Reuters)

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AFP

Publicado em 24 de março de 2017 às 09h02.

A polícia britânica anunciou nesta sexta-feira mais duas detenções "significativas" relacionadas ao atentado de Londres, ao mesmo tempo em que revelou que o verdadeiro nome de Khalid Masood, autor do ataque, era Adrian Russell Ajao.

"Foram realizadas mais duas detenções significativas durante a noite", afirmou Mark Rowley, comandante da unidade antiterrorista da Scotland Yard, o que eleva a nove o número de pessoas sob custódia. Uma mulher foi liberada após o pagamento de fiança.

Rowley disse ainda que o homem que morreu na quinta-feira à noite em consequência dos ferimentos sofridos no atentado era um londrino de 75 anos chamado Leslie Rhodes.

Seu falecimento eleva o balanço do ataque a quatro mortos, além do criminoso, e 50 feridos - o número anterior era 40 - de 12 nacionalidades, informou o policial.

As outras vítimas fatais foram Aysha Frade, uma londrina de origem espanhola de 43 anos, mãe de duas meninas, o turista americano Kurt Cochran, 54 anos, que celebrava bodas de prata na capital inglesa, e o policial Keith Palmer, 48, esfaqueado na entrada do Parlamento.

"Duas pessoas permanecem no hospital em estado muito grave, e uma delas luta entre a vida e a morte", disse Rowley.

Dois policiais feridos no ataque contra a Ponte de Westminster e o Parlamento continuam no hospital com "ferimentos significativos".

A investigação, disse Rowley, "se concentra em entender a motivação, a preparação e se (Russell) teve cúmplices".

"Queremos saber se agiu absolutamente sozinho, inspirado por propaganda terrorista, ou se recebeu ajuda de outros", afirmou o policial, antes de pedir a ajuda da população.

"Continuamos interessados em falar com qualquer pessoa que tenha conhecido bem Khalid Masood, que saiba que eram seus colaboradores e que possa apresentar informações sobre os locais que visitou recentemente".

"Podem existir pessoas que tinham preocupações sobre Masood, mas que não se sentiam confortáveis, pela razão que for, em repassar estas preocupações para a polícia", completou.

Um convertido com velhos problemas com a lei

A investigação é "ampla e avança rápido", disse o comandante, antes de informar que 2.700 itens foram apreendidos durante as operações de busca, "incluindo grandes quantidades de dados em computadores".

O autor do ataque, Russell, tinha 52 anos - uma idade considerada elevada neste tipo de atentado. Ele nasceu no dia 25 de dezembro de 1964 no condado de Kent, sudeste do país. A mudança de nome indica a conversão ao islã.

A imprensa britânica informou que ele trabalhou como professor na Arábia Saudita, na década passada, quando se radicalizou.

Masood/Russell morava há algum tempo na região de Birmingham e "não era objeto de nenhuma investigação", informou a Scotland Yard.

"Os serviços de inteligência não possuíam elementos sobre sua intenção de executar um atentado terrorista".

Criado pela mãe, cresceu em Rye, Kent. Desde junho do ano passado morava em Birmingham, com a mulher e os filhos, de acordo com vizinhos que o descreveram como "muito religioso".

Masood/Russell, no entanto, teve muitos problemas com a lei e tinha várias condenações por agressões e delitos de distúrbios públicos, mas não de terrorismo, segundo a polícia.

Sua última condenação acontecera em dezembro de 2003 por posse de arma branca.

Após a homenagem às vítimas que lotou Trafalgar Square na quinta-feira à noite, um dia depois do atentado, Londres voltou à normalidade. A área de Westminster e do Parlamento, incluindo a estação de metrô e a circulação na ponte em que Masood atropelou a maioria das vítimas, já estava aberta ao público e ao tráfego.

A manifestação prevista para sábado com o objetivo de pedir que o Reino Unido respeite os direitos dos europeus após a saída da União Europeia foi adiada, de acordo com os organizadores, para não dar mais trabalho à polícia.

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