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PMDB tenta desfazer ligação entre mínimo e espaço no governo

Partido quer evitar que manifestações em relação ao mínimo sejam consideradas chantagem contra a presidente Dilma

Temer informou em reunião que as nomeações estavam suspensas temporariamente  (Reuters)

Temer informou em reunião que as nomeações estavam suspensas temporariamente (Reuters)

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Da Redação

Publicado em 5 de janeiro de 2011 às 21h17.

Brasília - O líder do PMDB na Câmara, deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB), divulgou uma nota nesta quarta-feira num esforço para dissociar a posição do partido de discutir o valor do salário mínimo de uma pressão sobre o governo federal por mais espaço.Depois de ameaças veladas na véspera, a nota visa evitar que as manifestações em relação ao mínimo sejam consideradas chantagem contra a presidente Dilma Rousseff.

"Essa medida tem graves repercussões nos Estados e municípios e o PMDB quer sua bancada unida e consciente na discussão e na votação --apenas isto", diz a nota. "Misturar esse tema com a definição de cargos na composição natural do nosso governo é uma absurda e imperdoável irresponsabilidade."

Desde o início da semana, peemedebistas têm reclamado veementemente da forma como vinham sendo feitas as nomeações para alguns postos no segundo escalão, em especial no Ministério da Saúde. Na terça-feira, os caciques do PMDB se reuniram na casa do vice-presidente Michel Temer, presidente licenciado do partido, para discutir o que fariam para evitar a perda de espaço nas nomeações.

Após a reunião, Alves disse que Temer informou que as nomeações estavam suspensas temporariamente e que o PMDB estava preocupado com o novo valor do salário mínimo de 540 reais, estabelecido por medida provisória no governo Lula.

"Queremos ser convencidos pela equipe econômica", disse o parlamentar na terça-feira, dando início a um processo de pressão ao governo para evitar a perda de espaço político.

Ao perceber que o descontentamento do PMDB ganhava nuances de crise e poderia contaminar outros partidos da base aliada, Dilma pediu que o ministro das Relações Institucionais, Luiz Sérgio, entrasse em campo e resolvesse o problema, segundo um assessor do Palácio do Planalto ouvido pela Reuters.

Ainda na terça-feira, depois de se reunir com Luiz Sérgio e conversar por telefone com o ministro-chefe da Casa Civil, Antônio Palocci, Alves disse à Reuters que a situação representava um alerta. "Esse foi um sinal amarelo que serviu de alerta para que não aconteça de novo, inclusive com outros partidos da coalizão", comentou.


À noite, ministros do PMDB e líderes da Câmara e do Senado reuniram-se para um jantar de confraternização na casa da governadora do Maranhão, Roseana Sarney, em Brasília. Alves e Temer não ficaram até o final, mas decidiram emitir a nota oficial nesta quarta-feira para evitar novos constrangimentos para o governo.

Câmara

A nota ressalta também que o PMDB mantém o compromisso de apoiar o deputado Marco Maia (PT-RS) para a disputa da presidência da Câmara dos Deputados.

"O nosso candidato é o candidato do PT, deputado Marco Maia. Torcemos e trabalharemos para que ele se torne o nome do consenso dos partidos da base do governo, da oposição --dos maiores aos menores. Enfim, o presidente da instituição Câmara dos Deputados", diz Alves na nota.

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