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Plano fundiário na Amazônia vende hectare a R$ 2,99

Portaria do Ministério do Desenvolvimento Agrário define descontos aos candidatos a títulos de terras na Amazônia

Pedaço de terra pública na Amazônia pode custar R$ 2,99 por hectare, de acordo com a nova tabela de preços definida pelo governo. (.)

Pedaço de terra pública na Amazônia pode custar R$ 2,99 por hectare, de acordo com a nova tabela de preços definida pelo governo. (.)

Da Redação
Da Redação

Redação Exame

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h46.

Última atualização em 21 de junho de 2023 às 16h32.

São Paulo - Um pedaço de terra pública na Amazônia pode custar R$ 2,99 por hectare (a dimensão de um campo de futebol) ao atual ocupante, de acordo com a nova tabela de preços definida pelo governo. Até o fim deste ano eleitoral, a meta é regularizar 50 mil posses irregulares na região. O preço mais baixo dos terrenos foi objeto de intenso lobby ruralista.

Portaria do Ministério do Desenvolvimento Agrário, publicada no Diário Oficial, definiu descontos aos candidatos a títulos de terras na Amazônia por meio do programa de regularização fundiária. O programa Terra Legal começou a cadastrar os candidatos aos títulos em junho do ano passado.

De acordo com simulações de preços a que o jornal O Estado de S. Paulo teve acesso, um terreno de 200 hectares no município de Manoel Urbano, no Acre, poderá ser vendido ao atual ocupante por menos de R$ 600, a serem pagos em 20 anos em parcelas anuais, com três anos de carência e juros de 1% ao ano.

Neste caso, o hectare terá desconto de mais de 80% e sairá por R$ 2,99. O preço pode ser ainda menor, caso o terreno ocupado irregularmente esteja mais distante da sede do município e não seja acessível por estrada permanente, calcula Carlos Guedes, coordenador do Programa Terra Legal, que apresentou na segunda-feira a nova tabela de preços ao Tribunal de Contas da União (TCU) e a procuradores do Ministério Público.

Desmatamento
O programa foi aprovado no ano passado pelo Congresso. Foi alvo de críticas de ambientalistas e ruralistas. Os ambientalistas temiam que a doação ou a venda de terras públicas a preço baixo poderia estimular ainda mais o desmatamento. Os ruralistas defenderam preços ainda mais baixos, mas saíram derrotados na votação final. Essa derrota foi revertida agora, pelo menos parcialmente.

O principal objetivo do programa é combater o desmatamento na Amazônia. O governo alega que não tem como punir por desmatamento irregular terras irregularmente ocupadas. Por meio da regularização, seria possível punir quem abater a floresta. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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