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Da Redação
Publicado em 27 de julho de 2011 às 14h13.
Washington - O plano do Senado, do líder da maioria democrata Harry Reid, reduziria o déficit em medida menor do que o pensado inicialmente, de US$ 2,7 trilhões para US$ 2,2 trilhões na próxima década, informaram nesta quarta-feira analistas do Escritório de Orçamento do Congresso (CBO).
A nova revisão do CBO, que está analisando os custos da lei, ocorre apenas 12 horas depois de o mesmo escritório anunciar na terça-feira à noite que o plano republicano do presidente da Câmara de Representantes, John Boehner, também incluía excesso de confiança nos cortes de US$ 350 bilhões.
Segundo o CBO, o plano de Boehner representaria um corte de despesa de US$ 850 bilhões frente ao US$ 1,2 trilhão inicial nos próximos dez anos.
Boehner, quem em princípio havia planejado uma votação na Câmara Baixa para esta quarta-feira, anunciou o adiamento para quinta-feira para reescrever a proposta de lei após conhecer o relatório do CBO.
Ambas as propostas correm paralelas na Câmara de Representantes e no Senado, em uma tentativa para alcançar um acordo para reduzir o avultado déficit do país e aumentar o teto de dívida, atualmente em US$ 14,29 trilhões.
Se não for aprovada a elevação do limite do endividamento pelo Congresso, o Tesouro dos Estados Unidos anunciou que a partir de 2 de agosto o país não teria recursos para enfrentar as suas obrigações e deveria declarar moratória.
O choque entre republicanos e democratas e sua incapacidade para alcançar um acordo ameaça a frágil recuperação econômica dos Estados Unidos, já que várias agências de classificação de crédito advertiram que submeterão à revisão a classificação da dívida americana.
"Estamos contentes de ver que o Escritório de Orçamento do Congresso reconhece que a proposta do Senado corta o déficit em US$ 1,3 trilhão mais do que a do presidente da Câmara John Boehner", afirmou nesta quarta-feira Adam Jentleson, porta-voz do senador Reid.
A maior parte dos cortes do plano democrata procede da retirada das tropas americanas do Iraque e do Afeganistão (cerca de US$ 1,1 trilhão), enquanto o restante seria consequência das reduções orçamentárias em agências federais.
Apesar da proximidade da data limite, nenhuma das duas partes, embora condenadas a entender-se, parecem dispostas a ceder.
O líder da minoria republicana no Senado, Mitch McConnell, reiterou nesta quarta-feira que o plano de Boehner é o único que poderia resolver a crise antes de 2 de agosto, e qualificou o plano democrata de "truque orçamentário".