UE: países membros do bloco europeu são os maiores parceiros comerciais de Israel (Frederick Florin/AFP)
Da Redação
Publicado em 3 de outubro de 2014 às 09h39.
Bruxelas - Os planos para novos assentamentos em Jerusalém Oriental são uma ameaça à paz e às relações de Israel com a União Europeia, disse o bloco formado por 28 membros nesta sexta-feira, juntando-se aos Estados Unidos nas críticas à decisão israelense.
A forte linguagem usada pela UE, a maior doadora de ajuda humanitária aos palestinos, que buscam a formação de um Estado nos territórios capturados por Israel na Guerra dos Seis Dias, em 1967, reverbera críticas feitas por Alemanha, França e Washington.
O premiê francês, Laurent Fabius, disse que a decisão de construir 2.610 casas em Givat Hamatos marcaria a criação do primeiro novo assentamento em Jerusalém Oriental em 15 anos.
"Isso representa um passo altamente prejudicial a mais para dificultar a perspectiva de uma solução com dois Estados, e requer o questionamento ao compromisso de Israel com um entendimento pacífico negociado com os palestinos", disse o Serviço de Ação Externa da União Europeia em um comunicado.
"Ressaltamos que o futuro desenrolar das relações entre a UE e Israel vai depender dos engajamento posteriores em direção a uma paz duradoura baseada em uma solução de dois Estados", disse a UE, referindo-se a um Estado palestino democrático e independente que seria criado ao lado de Israel.
O texto não diz se alguma ação seria adotada, além das críticas. Israel está apto a receber 14 milhões de euros (17,6 milhões de dólares) em financiamento da UE pelos próximos sete anos.
Os países membros do bloco europeu são os maiores parceiros comerciais de Israel. Os palestinos querem um Estado que englobe a Cisjordânia e a Faixa de Gaza, com Jerusalém Oriental como sua capital. Israel se retirou de Gaza em 2005, mas continuou a expandir assentamentos judaicos na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental.
A última rodada de negociações de paz mediada pelos EUA ruiu em abril diante de objeções de Israel ao pacto palestino de unidade política, que incluía o movimento islamista Hamas, que controla Gaza e professa a destruição de Israel, e das objeções de palestinos ao insistente crescimento dos assentamentos judaicos.
O departamento de Estado dos EUA disse na quarta-feira que os relatos de que Israel iria avançar com seus planos de assentamento colocaria em questão o compromisso do Estado israelense com uma paz duradoura com os palestinos.