O anúncio foi feito pelo premiê italiano Silvio Berlusconi (c) durante um encontro com representantes de vários segmentos sociais realizado na sede do governo (Vincenzo Pinto/AFP)
Da Redação
Publicado em 12 de agosto de 2011 às 09h47.
Roma - O chefe do governo italiano Silvio Berlusconi anunciou nesta sexta-feira que o novo plano de ajuste para equilibrar as contas da Itália planeja recuperar 45 bilhões de euros em 2012 e 2013 a fim de conseguir o equilíbrio fiscal em 2013.
O chefe de governo acrescentou que será aplicado um "imposto de solidariedade" sobre os mais ricos e que se reduzirá "os custos da política", uma exigência da opinião pública indignada com os privilégios da classe política.
O anúncio foi feito durante um encontro com representantes de segmentos sociais partes sociais realizado na sede da chefatura do governo.
Pressionado há duas semanas pelos mercados e pelas autoridades europeias, o governo conservador italiano liderado por Berlusconi se comprometeu a adotar nesta sexta-feira, durante um Conselho de Ministros extraordinário, um decreto lei com o plano de austeridade reforçado.
"O governo vai ampliar o plano de ajuste com medidas no valor de 20 bilhões para 2012 e 25 bilhões para 2013", declarou Berlusconi.
O magnata das comunicações e chefe de governo italiano, que é alérgico a qualquer tipo de aumento de impostos, aceitou impor o chamado "imposto de solidariedade", como solicitavam diferentes setores e aparentemente por pressão de seu aliado-chave, o movimento populista Liga Norte.
Está prevista uma taxação de 5% para rendas superiores a 90.000 euros e de 10% para maiores de 150.000, segundo antecipou a imprensa.
As novas medidas serão somadas ao plano de austeridade aprovado em julho passado para os próximos três anos por um valor de 48 bilhões de euros.
O governo conservador aprovou também por volta de 15 medidas contra o esbanjamento a fim de reduzir os custos do funcionamento político, segundo Berlusconi.
As medidas permitirão economizar 8,5 bilhões de euros nos próximos dois anos, indicou Berlusconi, e incluem também cortes nos ministérios.
"As municipalidades serão agrupadas com as províncias", precisou, por sua parte, o ministério da Economia, Giulio Tremonti.
Na véspera, Tremonti já anunciado "medidas muito fortes para 2012-2013".
O ministro reconheceu que a Itália recebeu neste sentido indicações de outros países europeus e do Banco Central Europeu (BCE).
O governo conservador também anunciou que, "com exceção das obrigações estatais, todos os títulos financeiros terão taxas de 12,5% a 20%". Até agora, essas taxas eram de 12,5%.
Tremonti afirmou que o governo vai intervir para obter "a liberalização da economia e privatizar empresas públicas", como aquelas de transporte, eletricidade e manejo de resíduos.
Com essas medidas de austeridade, a Itália, terceira economia da Eurozona, tenta acalmar o ataque dos mercados, nervosos devido a sua enorme dívida pública de 1,9 trilhão de euros, ou 2,7 trilhões de dólares (cerca de 120% de PIB), e a um crescimento econômico quase nulo.