O atleta sul-africano Oscar Pistorius chega ao tribunal (REUTERS/Mike Hutchings)
Da Redação
Publicado em 12 de setembro de 2014 às 07h01.
Pretória - O atleta sul-africano Oscar Pistorius foi declarado nesta sexta-feira culpado de matar sua namorada, a modelo Reeva Steenkamp, a tiros em 14 de fevereiro de 2013 em Pretória.
A juíza do caso considerou provado que o corredor disparou intencionalmente através da porta do banheiro da casa em que moravam, mas sem intenção de matar a pessoa que estava atrás dela.
Com este veredicto, o Tribunal aceitou em parte a versão de Pistorius, que afirmava ter atirado em pânico por achar que se tratava de um ladrão que tinha entrado em sua residência, mas recusou a parte em que disse ter disparado sem querer.
Como já tinha afirmado ontem a magistrada, ele poderia ter pedido ajuda pelo telefone ou saindo à rua, mas escolheu pegar sua arma, se aproximar da porta do banheiro e abrir fogo.
Portanto, segundo o veredicto, o atleta agiu de forma "negligente" e "culposa", condições que, segundo a jurisprudência sul-africana, caracterizam o delito de homicídio.
A juíza, Thokozile Masipa, insistiu hoje que não cabe condenar o acusado por assassinato, já que não ficou suficientemente provado que sua intenção era a de matar Steenkamp.
Além disso, a conduta que teve após comprovar que era sua namorada que estava atrás da porta, solicitando urgentemente ajuda e chamando a polícia entre lágrimas, é "contraditória" com a de alguém que quis cometer um assassinato.
O atleta agora aguarda a definição da pena, que pode ser no máximo de 15 anos de prisão pelo delito de homicídio.
A juíza ainda declarou Pistorius culpado de uma acusação de uso negligente de armas de fogo por disparar contra a pista de um amigo para o chão acidentalmente a pistola em um restaurante de Johanesburgo, em janeiro de 2013.
Além disso, Masipa absolveu o velocista de outra acusação, de uso temerário de armas em lugares públicos, por disparar para o ar de um conversível em movimento em setembro de 2012 e de posse ilegal de munição.
A magistrada chegou à conclusão que o promotor não pôde contradizer com provas a versão do acusado de que a munição, encontrada em sua casa após a morte de sua namorada, era de seu pai.
*Matéria atualizada às 7h