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Piora falta de produtos básicas na Venezuela

A escassez inclui sabonete, papel higiênico, açúcar, café, óleo de cozinha, leite, feijão, farinha e queijo


	Opositores protestam em Caracas no dia 1º de maio: crise econômica e falta de alimentos
 (Geraldo Caso/AFP)

Opositores protestam em Caracas no dia 1º de maio: crise econômica e falta de alimentos (Geraldo Caso/AFP)

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Da Redação

Publicado em 17 de maio de 2014 às 17h37.

São Paulo - A crise de abastecimento se intensifica na Venezuela e atinge hotéis do país. Além disso, as companhias aéreas anunciaram suspensões nas rotas oferecidas para Caracas, alegando falta de pagamento.

Dados divulgados pela imprensa venezuelana indicam que atualmente a escassez no país se aproxima de 30% para 19 produtos da cesta básica, especialmente sabonete, papel higiênico, açúcar, café, óleo de cozinha, leite, feijão, farinha e queijo, entre outros.

De acordo com a Federação de Nacional de Hotéis da Venezuela (Fenahoven), os hotéis do país enfrentam dificuldades para suprimento de papel higiênico, sabonetes e detergentes, produtos necessários ao funcionamento diário dos estabelecimentos.

"Não somos importadores nem fabricantes de produtos e matérias-primas, mas fazemos uso delas. Padecemos de problemas de abastecimento", disse Leudo González, presidente da federação em declarações à imprensa.

Segundo ele, a escassez já começa a causar dificuldades para “oferecer as condições necessárias à hospedagem de clientes". A entidade representa 3 mil estabelecimentos em todo o país.

Por outro lado, as companhias aéreas voltaram a alertar sobre o risco de suspensão de voos para o país, devido à falta de pagamento de dívidas acumuladas pelo governo.

A Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata, na sigla em inglês) anunciou ontem que várias companhias aéreas poderão suspender operações na Venezuela, por causa dos atrasos no pagamento de dívidas acumuladas desde o início de 2013.

"Se a situação continuar a piorar, as companhias áreas vão ter que tomar medidas drásticas e mais transportadoras vão sair do mercado, apesar de não ser essa a intenção", disse o vice-presidente da Iata para as Américas, Peter Cerda.

le explicou que a suspensão de operações é uma decisão "muito difícil de tomar" pela aproximação que existe entre as empresas e o público venezuelano, mas lembrou, por outro lado, que o governo da Venezuela continua sem formalizar qualquer acordo de pagamento.

egundo a Associação de Companhias Aéreas da Venezuela, desde janeiro, 11 das 26 transportadoras que voam para Caracas reduziram a oferta de lugares. Em alguns casos, houve redução de 80%, devido à impossibilidade de repatriar os capitais correspondentes às vendas.

Internamente, o diálogo entre a oposição e o governo também foi estremecido após as prisões de 243 jovens há duas semanas, quando a polícia destruiu acampamentos de estudantes manifestantes. Partidos opositores suspenderam o diálogo e informaram que esperariam a chegada de uma comissão de chanceleres da União de Nações Sul-Americanas (Unasul) para entregar um relatório das últimas semanas.

Uma visita dos chanceleres estava prevista para essa quinta-feira (15), mas a reunião foi adiada. Segundo o Itamaraty, o ministro das Relações Exteriores, Luiz Alberto Figueiredo, visitará Caracas neste domingo (18) para dar continuidade ao processo de diálogo entre o governo venezuelano e forças da oposição.

Nessa sexta-feira, a Unasul emitiu um comunicado em sua página, solicitando que o diálogo não seja interrompido e que a oposição continue a negociação com o governo.

É neste contexto que o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, que chegou nessa sexta-feira (16) à Caracas, fez sua terceira visita à capital venezuelana.

A primeira foi em 2009. Segundo a embaixada do Estado Palestino em Caracas, além da assinatura de acordos de cooperação, a visita de Abbas representa o apoio palestino ao governo Nicolás Maduro.

As declarações do vice-presidente da Iata foram feitas no mesmo dia em que a empresa Alitalia anunciou que irá suspender as suas operações na Venezuela a partir de 1º de junho, pela falta de pagamento de US$ 187 milhões de dívidas do governo venezuelano. Em março, a Air Canadá já havia suspendido as operações para Caracas.

A Iata já se reuniu com o governo venezuelano e pediu o pagamento da dívida acumulada de quase U$S 4 mil milhões de dólares.

No país há controle de câmbio desde 2003 e, por isso, o dinheiro das passagens vendidas em território venezuelano deve ser repatriado às empresas, o que não vem ocorrendo. Em março, o governo Nicolás Maduro informou que estava preparando um calendário para pagar as dívidas.

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