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Pior seca em 60 anos afeta países do 'Chifre da África'

Segundo a ONU, 10 milhões de pessoas espalhadas por Etiópia, Somália, Quênia, Uganda e Djibuti já sofrem as consequências da falta de água

Harar, na Etiópia: taxa de desnutrição infantil chega a 30% em alguns locais com seca (Giustino/Wikimedia Commons)

Harar, na Etiópia: taxa de desnutrição infantil chega a 30% em alguns locais com seca (Giustino/Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 28 de junho de 2011 às 16h58.

Genebra - Os países do chamado "Chifre da África", grupo formado por Etiópia, Somália, Quênia, Uganda e Djibuti, sofrem a pior seca dos últimos 60 anos e 10 milhões de pessoas espalhadas nesses cinco países já sofrem as consequências, afirmou nesta terça-feira a Organização das Nações Unidas (ONU).

A região experimentou assim "a maior crise de alimentos da atualidade", acrescentou em entrevista coletiva a porta-voz do Escritório de Assuntos Humanitários do organismo, Elizabeth Byrs.

As previsões meteorológicas apontam que não haverá melhora na situação da seca até 2012, por isso que a ONU pediu uma mobilização internacional que permita evitar uma nova crise humanitária.

Em algumas das regiões mais afetadas, a taxa de desnutrição infantil alcançou 30%, o dobro do nível de emergência estabelecido pela ONU, mas teme-se que a situação piore ainda mais.

Byrs assinalou que outro aspecto preocupante é que, também como consequência da seca, os preços dos grãos que representam uma parte essencial da alimentação local dispararam e no caso do Quênia custam entre 30% e 80% - dependendo da região - que a média dos últimos cinco anos.

Na Etiópia, a inflação relacionada com os alimentos superou 40% no mês passado.

A seca também teve um impacto no aumento do fluxo de refugiados e deslocados internos, segundo os dados do Escritório de Assistência Humanitária.

Entre as consequências indiretas da seca extrema que já se observam estão o aumento da abandono escolar, assim como de doenças em humanos e animais de fazenda, e uma maior tensão e conflitos entre comunidades que competem pelos poucos recursos que ficam, disse Byrs.

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