Sebastián Piñera, presidente do Chile: "O Chile tem uma longa tradição de cumprimento de seus tratado", declarou Piñera ao líder boliviano. (Sean Gallup/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 28 de janeiro de 2013 às 14h55.
Santiago - O presidente do Chile, Sebastián Piñera, rejeitou nesta segunda-feira negociar assuntos de soberania por interesses econômicos, em resposta ao chefe de Governo da Bolívia, Evo Morales, que propôs ao Chile trocar gás de seu país por uma saída ao mar.
Anfitrião da cúpula da Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos (Celac), realizada em Santiago, Piñera disse que o Tratado de 1904, que soluciona os temas pendentes da Guerra do Pacífico, entre os dois países, não é injusto ou foi imposto, e está "plenamente vigente", e em consequência disso, pediu que seja respeitado.
"Os temas de soberania não são negociados por interesses econômicos", disse Piñera em resposta à oferta de Morales de entregar ao Chile gás boliviano em troca de uma saída soberana ao mar, que a Bolívia perdeu após uma guerra no final do século XIX
Piñera ressaltou que a soberania territorial é um tema "muito sensível" para o Chile, que não está "disposto a cortar ou dividir" seu território para dar à Bolívia uma saída ao mar.
"Este presidente (falando sobre si mesmo) vai defender a soberania de nosso país não somente porque é meu direito, é minha obrigação", sustentou.
O governante chileno respondeu a Morales que o Chile tem um "compromisso especial" com a reivindicação boliviana, mas pediu que seja respeitado o tratado de 1904 que, ressaltou, foi estipulado pelos governos de ambos países e ratificado por seus respectivos congressos.
Piñera rebateu os argumentos expostos por Morales e afirmou que o tratado permite à Bolívia usar os portos chilenos para o comércio e inclui também um tratamento alfandegário preferencial.
"O Chile tem uma longa tradição de cumprimento de seus tratados. O Chile cumpre seus tratados e é natural que também peça aos senhores que cumpram os tratados", declarou Piñera ao líder boliviano.
O governante chileno disse que os acordos podem ser "aperfeiçoados", mas "não podem ser modificados" de forma unilateral.