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Piloto jordaniano teria sido assassinato em 3 de janeiro

Embora as imagens que mostram o homem sendo queimado tenham surgido na terça, a TV estatal jordaniana disse que ele estava morto desde 3 de janeiro

Em suposto vídeo, Estado Islâmico ateia fogo ao piloto jordaniano Maaz al-Kassasbeh (LiveLeaks)

Em suposto vídeo, Estado Islâmico ateia fogo ao piloto jordaniano Maaz al-Kassasbeh (LiveLeaks)

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Da Redação

Publicado em 4 de fevereiro de 2015 às 10h23.

Amã - A Jordânia executou dois prisioneiros integrantes da Al-Qaeda, antes do amanhecer desta quarta-feira, horas depois da divulgação de um vídeo na internet mostrando o assassinato de um piloto jordaniano.

O vídeo, que teria sido gravado pelo grupo Estado Islâmico, mostra o homem sendo queimado vivo numa jaula. Embora as imagens tenham surgido na terça-feira, a televisão estatal jordaniana disse que ele estava morto desde 3 de janeiro.

A morte macabra do tenente Muath Al-Kaseasbeh, de 26 anos, capturado quando participava dos ataques aéreos contra o grupo militante, em dezembro, foi recebido com indignação e provocou várias manifestações contra o Estado Islâmico na Jordânia.

Manchetes de jornais advertiam que a Jordânia "irá vingar" sua morte. O rei jordaniano Abdullah II, leal aliado do Ocidente, voltou às pressas de Washington para seu país.

Em Raqqa, a capital do Estado Islâmico, militantes saudavam o assassinato de al-Kaseasbeh, visto repetidamente em grandes telas de televisão, informaram ativistas sírios na cidade.

A primeira resposta da Jordânia foi executar Sajida al-Rishawi e Ziad al-Karbouly, dois iraquianos ligados à Al-Qaeda, disse o porta-voz do governo Mohammed al-Momani. Outro funcionário do governo disse que eles foram executados por enforcamento.

Al-Rishawi fora sentenciada à morte por causa de sua participação num ataque triplo a um hotel em Amã, que deixou 60 mortos em 2005. O ataque foi planejado pela Al-Qaeda no Iraque, antecessora do Estado Islâmico.

Já al-Karbouly foi enviado para o corredor da morte em 2008, por planejar ataques terroristas contra jordanianos no Iraque.

Os militantes haviam exigido que a Jordânia libertasse al-Rishawi em troca do piloto. Na última semana, a Jordânia havia concordado com a troca, mas exigiu uma prova de que o piloto estava vivo.

Segundo a televisão estatal jordaniana, o piloto estava morto desde 3 de janeiro, o que indica que as autoridades sabiam que qualquer tentativa de permuta seria em vão.

No vídeo de 20 minutos que mostra o assassinato, o piloto mostra sinais de que teria sido espancado e aparece com um olho roxo. Mais para o final da imagens, ele é mostrado usando um macacão cor de laranja, numa jaula a céu aberto, enquanto um militante mascarado acende uma linha de combustível que leva até onde ele está.

O pai do piloto, Safi Yousef al-Kaseasbeh, participava de uma reunião tribal em Amã quando a notícias do vídeo começou a circular. Ele foi visto saindo do local.

Depois de a notícia do assassinato do piloto ter se espalhado, dezenas de pessoas gritando palavras de ordem contra o Estado Islâmico marcharam em direção ao palácio real para expressar sua raiva.

Segurando a bandeira jordaniana, eles gritavam "Maldito Daesh!", usando o acrônimo em árabe para o grupo, e "Nós vamos vingar, nós vamos vingar o sangue de nosso filho". Fonte: Associated Press.

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