Boeing 777 da Asiana Airlines após acidente durante o seu pouso no Aeroporto Internacional de São Francisco, na Califórnia (Eugene Anthony Rah/Divulgação Via Reuters)
Da Redação
Publicado em 10 de julho de 2013 às 22h37.
Los Angeles - O piloto do voo da Asiana Airlines, que sofreu um acidente no sábado no aeroporto de San Francisco (Califórnia), disse ter visto um brilho de luz, em plena manobra de aterrissagem, que o cegou momentaneamente.
Esse raio de luz teria acontecido quando o aparelho se encontrava a cerca de 150 metros da área de pouso, segundo a confissão do piloto.
"Realmente não sabemos o que pode ter sido", admitiu a diretora da Junta Nacional de Segurança do Transporte (NTSB), Deborah Hersman, em entrevista coletiva na qual confirmou que tanto o piloto encarregado da aterrissagem como o instrutor tinham dormido oito horas na noite anterior ao acidente.
Hersman declarou que o piloto ao comando da nave teve o dia livre antes de começar o voo. Uma vez no avião, ele e o instrutor trabalharam durante quatro horas e 15 minutos, momento no qual os outros dois pilotos a bordo assumiram os comandos.
Os dois pilotos principais retomaram suas posições para a hora e meia final de voo.
Além disso, detalhou que os passageiros do voo 214 da Asiana Airlines receberam a notificação de permanecer em seus assentos dentro do Boeing 777 acidentado e que a evacuação começou quando um auxiliar de voo comprovou que havia fogo no exterior da nave.
Os pilotos foram os encarregados de dar essa ordem inicial de permanecer no aparelho. Segundo Hersman, estavam pendentes de receber ordens por parte dos controladores aéreos.
Duas saídas de emergência na parte esquerda do avião foram abertas 90 segundos depois que o avião parou totalmente e foram posicionadas as rampas de evacuação.
Dois desses mecanismos se abriram para o lado de dentro e atingiram dois auxiliares de voo, comentou Hersman, acrescentando que estão investigando o motivo pelo qual não abriram para o lado de fora.
Duas pessoas morreram e dezenas ficaram feridas depois que as rodas de aterrissagem e a parte traseira do avião bateram em um dique antes que o aparelho tocasse o solo.
Hersman manifestou que nos últimos dois minutos e meio foram ativados "múltiplos sistemas de piloto automático", mas que no caso de um Boeing 777, o aparelho pode afastar, voar e aterrissar sem necessidade de fazer uso desses sistemas, que, por outra parte, "podem ajudar a manter o nível de segurança e eficiência na cabine de comando".
Lee Hang-kook, o piloto encarregado da aterrissagem, que ainda estava no regime de pratica de pilotagem de um Boeing 777, disse aos investigadores que sabia que o aparelho estava voando baixo demais quando se aproximava da pista de aterrissagem e, por isso, tentou corrigir o rumo e abortá-la.
Para Lee Hang-kook era sua primeira vez aterrissando um Boeing 777 no aeroporto de San Francisco. Segundo as gravações registradas, Lee e seu instrutor não se comunicaram entre eles até dois segundos antes do choque.
Segundo Hersman, o avião voava a uma velocidade substancialmente inferior à programada para a aproximação à pista de aterrissagem, apesar de os pilotos terem tentado aplicar mais energia ao motor.
Kang-kook Lee tinha 43 horas de experiência em um Boeing 777 e mais de nove mil horas em outros modelos, inclusive Boeing 747, 737 e Airbus 320. Seu instrutor de voo era Lee Jung-min, com mais de 12 mil horas de experiência de voo, incluídas 3.220 em um 777.
A investigação do acidente segue em desenvolvimento e pode se prolongar por meses.