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PIB da A.Latina crescerá em 2010 cerca de 5%, diz ONU

Relatório da entidade elogia mudanças na política econômica da região nos últimos anos

Sede da ONU em Genebra, na Suíça (Wikimedia Commons)

Sede da ONU em Genebra, na Suíça (Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 14 de setembro de 2010 às 14h28.

Genebra - O Produto Interno Bruto (PIB) da América Latina subirá neste ano aproximadamente 5%, e em alguns países da região o crescimento poderia superar 6%, segundo a Conferência das Nações Unidas para o Comércio e o Desenvolvimento (Unctad).

Em seu relatório de 2010, o organismo da ONU precisa que o aumento do PIB previsto para a região neste ano provavelmente "será mais moderado na América Central e no Caribe".

Nesta tendência incidiu, segundo o estudo, a reorientação "bastante radical" das políticas macroeconômicas acontecida na região depois da crise financeira asiática dos finais dos anos 90 e a crise da dívida argentina de 2001 e 2002.

Então, os Governos dos países da América Latina "empreenderam políticas monetárias mais acomodadas e políticas de taxas de câmbio orientadas a manter a competitividade internacional", assinala.

Acrescenta que "em vários países aumentaram as receitas, o que proporcionou a margem de ação necessária, assim como os recursos para gastar em infraestrutura e transferências sociais".

Paralelamente, a Unctad lembra que foram adotadas medidas específicas para o mercado de trabalho, "como aumentos substanciais do salário mínimo, a reativação dos órgãos de negociação coletiva e o lançamento de programas de obras públicas".

Graças a isso, e a uma situação internacional propícia, em particular "aos preços mais altos dos produtos primários" e "o rápido aumento das importações líquidas dos EUA", o emprego melhorou na região a partir de 2003.

Deste modo, e pela primeira vez em quase 30 anos, se reduziu o emprego no setor informal, ao mesmo tempo em que retrocedeu de forma significativa o desemprego e a pobreza até 2008, de acordo com o relatório desta agência das Nações Unidas.

Relembra que entre 1980 e 2002, o PIB per capita latino-americano praticamente tinha ficado estagnado, paralelamente em quanto crescia o desemprego e caia a produtividade média por falta de investimentos em capital fixo.

Neste período, a inflação foi controlada mediante taxas de juros altas, o que desalentou o investimento, manteve as moedas supervalorizadas e obstruiu o crescimento das exportações.

A demanda interna, de acordo com a Unctad, acabou sendo freada pela contração salarial acometida para recuperar competitividade internacional, o que reduziu a participação dos assalariados na distribuição de renda.

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