Qualquer notícia de um agravamento das tensões no Oriente Médio e no norte da África pode reverter as perdas (Joe Mabel/Wikimedia Commons)
Da Redação
Publicado em 11 de março de 2011 às 11h25.
Londres - Os contratos futuros de petróleo registram fortes perdas nesta manhã, em reação ao terremoto que atingiu hoje o Japão, que é o terceiro maior consumidor global da commodity (matéria-prima). No entanto, qualquer notícia de um agravamento das tensões no Oriente Médio e no norte da África pode reverter as perdas, segundo operadores.
Olivier Jakob, diretor administrativo da consultoria suíça Petromatrix, afirmou que os preços do petróleo devem operar com volatilidade enquanto o mercado avalia os danos provocados pelo terremoto no Japão. O tremor foi seguido por um tsunami e espalhou alertas para outros países do Oceano Pacífico.
O abalo pode prejudicar parte da capacidade de refino japonesa e afetar negativamente a economia do país, reduzindo a demanda por petróleo. Por outro lado, o fechamento de usinas nucleares pode obrigar as concessionárias de energia a se voltarem para o petróleo, afirmou Jakob.
Com relação ao mercado de óleo combustível, operadores lembraram o aumento nas importações japonesas após um terremoto em 2007, quando várias usinas nucleares tiveram as operações suspensas. Após o tremor de hoje, incêndios atingiram duas refinarias japonesas e uma outra foi fechada por falta de eletricidade.
Na Arábia Saudita, centenas de pessoas fazem manifestações. A expectativa com um esperado "Dia de Fúria" no importante país produtor de petróleo deixa os participantes do mercado apreensivos. A Arábia Saudita tem tido um papel importante em acalmar os mercados, aumentando sua produção para compensar os problemas na Líbia.
Às 10h35 (horário de Brasília), o petróleo futuro tipo WTI com vencimento em abril, negociado na Bolsa Mercantil de Nova York (Nymex, na sigla em inglês), caía 2,60%, para US$ 100,03 o barril, depois de ter recuado para menos de US$ 100 o barril mais cedo. O contrato futuro do petróleo tipo Brent com vencimento em abril recuava 1,94% na ICE de Londres, para US$ 113,19 o barril. As informações são da Dow Jones.