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Petrobras já assinou contrato com empresa de senador

A Manchester Serviços Ltda. pertence ao senador Eunício Oliveira, presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado

Acordo da Petrobras com empresa de político foi fruto de uma licitação de R$ 300 milhões fraudada em março de 2011 (Germano Lüders/EXAME.com)

Acordo da Petrobras com empresa de político foi fruto de uma licitação de R$ 300 milhões fraudada em março de 2011 (Germano Lüders/EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 13 de julho de 2011 às 09h16.

São Paulo - A Petrobras já assinou o contrato com a Manchester Serviços Ltda., fruto de uma licitação de R$ 300 milhões fraudada em março deste ano. A estatal não havia dado essa informação ao jornal O Estado de S. Paulo até ontem. Por escrito, após três dias de questionamento, informou que o contrato foi assinado em 1.º de julho. A Manchester pertence ao senador Eunício Oliveira (PMDB-CE), presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado.

O jornal revelou no domingo que a empresa soube com antecedência a relação de seus adversários na licitação e os procurou para negociar um acordo. Um diretor da Manchester reuniu-se por mais de três horas com uma concorrente, a Seebla Engenharia, em 30 de março, um dia antes da abertura das propostas.

A Petrobras confirmou que, na licitação, não revelou o orçamento estimado do contrato às sete empresas que participaram da disputa. "A estimativa não é divulgada em nenhum momento, pois poderia balizar outras licitações e ferir os interesses comerciais da companhia." Ou seja, o sigilo do orçamento, como quer o governo nas licitações da Copa do Mundo, não impede o conluio entre empresas. A relação de concorrentes vazou e houve reuniões antes da licitação da Petrobras para discutir valores - a estatal nega haver fraudes no processo e disse que nunca foi alertada a respeito, rebatendo informação da Seebla Engenharia.

Eunício afirmou que está afastado da gestão da empresa desde 1998 e que, por isso, não tem relação com as negociações da Manchester. O senador é dono de 50% da empresa, que doou R$ 400 mil à campanha dele em 2010. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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