Petro: Essa medida reflete o compromisso do governo em garantir condições dignas (Henry Romero/Reuters)
Agência de Notícias
Publicado em 26 de janeiro de 2025 às 17h14.
O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, disponibilizou o avião presidencial para garantir um "retorno digno" aos migrantes, após impedir, neste domingo, a entrada de duas aeronaves com cidadãos deportados dos Estados Unidos. Além disso, Petro convocou uma reunião da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) para discutir a crise migratória.
A Presidência explicou em comunicado que Petro "dispôs do avião presidencial para facilitar o retorno digno dos compatriotas que chegariam hoje ao país pela manhã, provenientes de voos de deportação".
Trump ordena impor tarifas de 25% à Colômbia por rejeitar dois voos de deportação"Essa medida reflete o compromisso do governo em garantir condições dignas. Em nenhuma circunstância, os colombianos, como patriotas e sujeitos de direitos, foram ou serão banidos do território colombiano", acrescentou o comunicado.
O anúncio ocorre em meio à polêmica em vários países da América Latina em relação às deportações resultantes da política migratória do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
No sábado, o governo do Brasil denunciou o uso de algemas por parte das autoridades norte-americanas contra cidadãos brasileiros durante um voo de deportação.
Na sexta-feira, a Casa Branca informou que as deportações de migrantes "começaram", como parte de uma das principais promessas de campanha de Trump: realizar a maior operação de expulsão em massa de estrangeiros na história dos Estados Unidos.
Ainda na sexta, os dois primeiros voos de deportação com destino à Guatemala chegaram ao país, partindo de Laredo, no Texas.
Como resposta à decisão de Petro, Trump ordenou neste domingo a imposição de tarifas de 25% sobre todos os produtos colombianos, além de outras "medidas de retaliação urgentes e decisivas" contra a Colômbia.
Segundo a Presidência, a reunião da Celac ocorrerá no próximo dia 30 de janeiro e "será uma oportunidade para tratar de temas estratégicos para a região, como a cooperação em questões migratórias, a proteção dos direitos humanos e o fortalecimento das relações entre os países-membros".
"Um milhão de latino-americanos foram assassinados devido à proibição da cocaína e da maconha, enquanto o vinho, o uísque e o tabaco, que matam mais, são legais. Como presidente da Celac este ano, solicito à atual presidente da Celac, Iris Xiomara Castro (mandatária de Honduras), que convoque uma assembleia extraordinária de presidentes", escreveu Petro na plataforma X (antigo Twitter).
Ele acrescentou: "Se não somos bem-vindos no Norte, o Sul deve se unir".
A Colômbia assumirá este ano a presidência pro tempore da Celac e também sediará a IV Cúpula Celac-UE em Bogotá. O evento reunirá 60 chefes de Estado e de Governo das duas regiões no segundo semestre.