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Petraeus acreditava que ataque na Líbia era atentado

Petraeus está envolvido no meio de um escândalo detonado pela revelação do caso extraconjugal que teve com sua biógrafa Paula Broadwell, de 40 anos


	Ex-chefe da CIA, David H. Petraeus: o militar teve que renunciar ao comando da CIA no começo de novembro
 (REUTERS World)

Ex-chefe da CIA, David H. Petraeus: o militar teve que renunciar ao comando da CIA no começo de novembro (REUTERS World)

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Da Redação

Publicado em 16 de novembro de 2012 às 15h42.

Washington - O ex-diretor da Agência Central de Inteligência (CIA, pela inicial em inglês), o general David Petraeus, 60 anos, disse nesta sexta-feira a representantes (deputados) no Congresso dos Estados Unidos que acreditava, durante os ataques contra o Consulado americano em Benghazi, no Leste da Líbia, que o evento era um atentado terrorista. No evento, que aconteceu na noite de 11 de setembro, foram mortos quatro norte-americanos, entre eles o embaixador dos EUA na Líbia, Christopher Stevens, de 52 anos. O representante Peter King (republicano) disse que Petraeus ressaltou aos políticos que comunicados escritos da CIA, logo após os eventos, descreviam o que ocorreu em Benghazi como um atentado terrorista.

Petraeus está envolvido no meio de um escândalo detonado pela revelação do caso extraconjugal que teve com sua biógrafa Paula Broadwell, de 40 anos. O militar teve que renunciar ao comando da CIA no começo de novembro. Os republicanos acusam o governo dos EUA de ter subestimado a possibilidade de um ataque terrorista em 11 de setembro e também de ter enganado o público norte-americano, ao qual teria tentado convencer que o ataque em Benghazi foi um protesto ao filme anti islâmico "A Inocência dos Muçulmanos", feito nos EUA.

King disse que Petraeus não fez nenhum comentário sobre sua saída da CIA e o caso extraconjugal aos representantes, durante depoimento ao Comitê de Inteligência da Câmara. Petraeus está sob investigação dos seus ex-subordinados da CIA por um possível vazamento de informações durante o caso com Paula, mas esse não era o assunto abordado no depoimento de hoje.


Em entrevista à emissora CNN exibida nesta sexta-feira, Petraeus disse que nunca deu qualquer informação "classificada" (secreta) a Paula Broadwell. A ex-amante do general, que também é casada, afirmou que nunca recebeu nenhuma informação secreta do militar. O caso entre os dois acabou há quatro meses.

Mas o FBI, polícia federal americana, encontrou um número "substancial" de informações "classificadas" no computador de Broadwell e na casa da ex-biógrafa. O FBI agora investiga onde ela conseguiu as informações. O agente do FBI que falou sob anonimato à Associated Press não disse quais informações classificadas foram encontradas.

"Petraeus tinha conhecimento total sobre o que estava acontecendo na Líbia", disse King. Cinco dia após o ataque em Benghazi, a administração do presidente Barack Obama enviou a embaixadora dos EUA nas Nações Unidas, Susan Rice, às emissoras de televisão, onde ela descreveu os eventos em Benghazi como um protesto espontâneo de muçulmanos indignados com o filme. Rice se baseou em avaliações da inteligência (espionagem) que se mostraram incorretas e agora está sob forte ataque dos senadores republicanos. Eles querem barrar a nomeação de Rice para o comando do Departamento de Estado, se Hillary Clinton deixar o cargo, como disse que faria antes da reeleição de Obama em 6 de novembro.

As informações são da Associated Press.

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