A festa nacional da Hungria lembra o aniversário da revolução de 1848 contra o domínio da então monarquia dos Habsburgo (Wikimedia Commons)
Da Redação
Publicado em 15 de março de 2012 às 21h14.
Budapeste - Dezenas de milhares de pessoas se manifestaram nesta quinta-feira em Budapeste por ocasião do Dia Nacional da Hungria a favor e contra o governo do primeiro-ministro Viktor Orban.
Em discurso aos simpatizantes na praça em frente do Parlamento, o controvertido primeiro-ministro disse que a Hungria 'não será uma colônia' e que nunca renunciará a sua Constituição, criticada em alguns pontos pelos países-membros da União Europeia (UE), que a acusaram de violar valores europeus.
'Não queremos a ajuda alheia e não solicitada que busca guiar nossa mão', declarou Orban na praça Kossuth, onde, segundo o partido conservador Fidesz (governista), se aglomeraram até 250 mil pessoas.
O premiê repudiou ainda a aplicação de uma 'dupla moral' à Hungria, referindo-se à sanção anunciada pelo conselho de ministros de Finanças da UE (Ecofin) sobre a suspensão de 495 milhões de euros em fundos de coesão a Budapeste devido ao déficit excessivo do país.
Mas também em Budapeste, na rua Szabadsajto (que significa 'Imprensa Livre' em húngaro), dezenas de milhares de manifestantes convocados pela rede social Facebook protestaram contra o governo.
Os organizadores da manifestação, personalidades do país, criticaram as polêmicas leis do gabinete conservador, como a chamada 'lei da mordaça', que, segundo os manifestantes, limita a liberdade de imprensa, além de outras normas que afetam o Poder Judiciário e as igrejas.
Como parte do comício, os manifestantes louvaram o rapper Dopeman, símbolo da oposição e eleito em uma votação na internet como Presidente da República Alternativa'.
Os organizadores da manifestação opositora calculam a presença de 100 mil pessoas no protesto.
A festa nacional da Hungria lembra o aniversário da revolução de 1848 contra o domínio da então monarquia dos Habsburgo.