Mundo

Pesquisadores dos EUA pedem ação rápida da OMS contra o Zika

Cerca de 80 por cento das pessoas infectadas não exibem sintomas, o que torna difícil para as grávidas saberem se foram contaminadas


	Aedes aegypti: o Zika vírus vem sendo ligado à microcefalia em milhares de recém-nascidos no Brasil
 (Thinkstock/AbelBrata)

Aedes aegypti: o Zika vírus vem sendo ligado à microcefalia em milhares de recém-nascidos no Brasil (Thinkstock/AbelBrata)

DR

Da Redação

Publicado em 27 de janeiro de 2016 às 15h33.

Chicago - Pesquisadores dos Estados Unidos pediram nesta quarta-feira à Organização Mundial de Saúde (OMS) que tome medidas rapidamente para lidar com o Zika vírus, ligado a casos de microcefalia em milhares de bebês no Brasil e que se espalha rapidamente na América Latina e no Caribe.

Cientistas da Universidade de Georgetown fizeram um apelo à diretora-geral da OMS, Margaret Chan, para levar em conta as lições aprendidas com a epidemia de Ebola e agir logo para combater o Zika, que é transmitido pelo mosquito Aedes aegypti.

Especificamente, os pesquisadores solicitaram à agência da Organização das Nações Unidas (ONU) que convoque uma reunião de emergência com especialistas de saúde e de doenças infecciosas para se analisar como reagir ao surto.

Só a convocação da reunião chamaria atenção para a necessidade de financiamento e pesquisa, afirmaram em um artigo de opinião publicado nesta quarta-feira no periódico da Associação Médica Americana.

O Zika vírus vem sendo ligado à microcefalia em milhares de recém-nascidos no Brasil.

Não existe vacina ou tratamento para a doença, que é prima próxima da dengue e da febre chikungunya e causa febre moderada, erupção cutânea e vermelhidão nos olhos.

Cerca de 80 por cento das pessoas infectadas não exibem sintomas, o que torna difícil para as grávidas saberem se foram contaminadas.

Até pouco tempo, o vírus era visto como uma doença pouco grave, mas as preocupações aumentaram depois da descoberta recente de um possível elo com a má formação de fetos em alguns dos países afetados e também com a síndrome Guillain-Barré, uma doença rara, mas séria, que pode provocar paralisia.

Estudos recentes que mostram como a doença está se disseminando preveem "uma propagação internacional significativa de viajantes do Brasil para o resto das Américas, Europa e Ásia", escreveram o doutor Daniel Lucey, especialista em doenças infecciosas, e Lawrence Gostin, especialista em leis de saúde globais, no artigo.

A liderança da OMS admitiu em abril do ano passado ter cometido erros sérios na maneira como lidou com a crise do Ebola, que se concentrou principalmente em três países da África Ocidental e matou mais de 10 mil pessoas.   

Refletindo os temores com a ampliação da epidemia, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, pediu o desenvolvimento rápido de exames, vacinas e tratamentos para o vírus, que pode se espalhar pelos EUA nos meses mais quentes.

Acompanhe tudo sobre:DoençasOMS (Organização Mundial da Saúde)SaúdeZika

Mais de Mundo

Justiça da Bolívia retira Evo Morales da chefia do partido governista após quase 3 décadas

Aerolineas Argentinas fecha acordo com sindicatos após meses de conflito

Agricultores franceses jogam esterco em prédio em ação contra acordo com Mercosul

Em fórum com Trump, Milei defende nova aliança política, comercial e militar com EUA