Evo Morales: entre os entrevistados, 31,2% afirmaram que votariam em Morales (David Mercado/Reuters)
EFE
Publicado em 8 de dezembro de 2017 às 16h26.
La Paz - O presidente da Bolívia, Evo Morales, ganharia de novo as eleições se elas fossem realizadas agora, de acordo com uma pesquisa difundida nesta sexta-feira e que foi elaborada depois da divulgação de uma decisão judicial que o habilita para concorrer a um quarto mandato.
Morales venceria com mais de dez pontos percentuais com relação a um segundo candidato se o pleito presidencial fosse neste domingo, de acordo com uma pesquisa da firma de consultoria Captura Consulting encomendada pela emissora de televisão "PAT" e divulgada pela agência estatal de informação "ABI".
O estudo foi realizado com 908 homens e mulheres de classe média, com idades entre 18 e 40 anos, das cidades mais populosas do país, como Santa Cruz, Cochabamba, La Paz e El Alto, entre 27 e 29 de novembro.
No dia 28 de novembro, foi divulgada a decisão do Tribunal Constitucional da Bolívia que permite que Morales concorra à reeleição, ao entender que prevalece um tratado internacional assinado pelo país, acima do limite constitucional de dois mandatos.
Entre os entrevistados, 31,2% afirmaram que votariam em Morales, 12% à frente do ex-presidente do país Carlos Mesa.
Além disso, o estudo apresentou outro cenário com o atual vice-presidente, Álvaro García Linera, como candidato à presidência.
Nesse caso, García Linera perderia com 16% dos votos contra 24% de Mesa, mas ficaria à frente do governador de Santa Cruz, Rubén Costas, que obteria 15%.
A pesquisa coincidiu com a decisão do Tribunal Constitucional de dar razão a uma demanda apresentada por militantes do partido do presidente, o Movimento ao Socialismo (MAS), para que Morales pudesse concorrer nas eleições de 2019.
O tribunal considerou que deve ser aplicado um artigo da Convenção Americana dos Direitos Humanos, acima de outros da Constituição e da lei eleitoral da Bolívia, que restringem a reeleição.
A lei fundamental do país estabelece apenas dois mandatos consecutivos, mas Morales se candidatou em 2014 graças à outra decisão do Tribunal Constitucional que indicou que a Bolívia foi fundada com a nova Carta Magna de 2009.
Por outro lado, em um referendo em 2016, os bolivianos votaram contra essa possível reeleição e, no último dia 3, o voto nulo se impôs nas eleições para órgãos judiciais celebrados no país, o que a oposição interpretou como um voto contrário à reeleição do presidente.
Se o governante ganhar as próximas eleições, ficará no poder até 2025.