Bandeiras da Grécia (Yorgos Karahalis/Bloomberg)
Da Redação
Publicado em 2 de setembro de 2015 às 18h37.
Atenas - O partido esquerdista grego Syriza apareceu nesta quarta-feira atrás de seus principais rivais conservadores pela primeira vez desde a renúncia do ex-primeiro-ministro, Alexis Tsipras, um novo indício de que sua decisão de antecipar eleições pode sair pela culatra.
O Syriza está a caminho de receber 25 por cento dos votos no pleito de 20 de setembro, enquanto a legenda conservadora Nova Democracia irá conquistar 25,3 por cento do eleitorado, revelou uma pesquisa do instituto GPO.
Quase 13 por cento dos entrevistados ainda estão indecisos.
O levantamento ainda deu a entender que Tsipras, que liderou a Grécia durante meses de conversas penosas sobre um pacote de resgate financeiro antes de capitular a virtualmente todas as exigência de seus credores internacionais, é menos popular do que o líder conservador, Evangelos Meimarakis.
Tsipras convocou eleições antecipadas para silenciar os esquerdistas linha-dura rebeldes em suas próprias fileiras e conquistar um novo mandato para implementar as duras medidas de austeridade que seu país, assolado por dívidas, precisa adotar em troca de mais socorro.
Mas desde agosto as pesquisas de opinião mostram que o apoio ao Syriza encolheu, criando a perspectiva de uma instabilidade ainda maior que pode atrapalhar os esforços para implementar o resgate financeiro e manter nos trilhos o acordo de ajuda, que será revisto em outubro.
Tsipras se sagrou vitorioso em janeiro prometendo pôr fim a anos de austeridade e fazer a Grécia voltar a crescer, mas foi obrigado a recuar em uma série de promessas, incluindo a de que iria acabar com os cortes no setor público e nas aposentadorias e frear as privatizações.
Anteriormente as pesquisas mostravam que Tsipras continuava popular entre os eleitores por pelo menos ter lutado nas negociações do pacote com a Comissão Europeia, o Banco Central Europeu e o Fundo Monetário Internacional (FMI).
“Ele nos prometeu que não iria mexer nas aposentadorias e que iria rasgar os acordos de resgate financeiro. Ele não rasgou nada, e agora nos colocou em uma situação pior, e o povo grego irá sofrer”, disse o pensionista Yannis, de 72 anos, que não quis revelar o sobrenome.