Alejandro Toledo: Odebrecht reconheceu distribuição de centenas de milhões em propinas na América Latina, gerando inquéritos do Peru ao Panamá (Guadalupe Pardo/Reuters)
Reuters
Publicado em 16 de fevereiro de 2017 às 08h15.
Lima - O Peru refez na quarta-feira seu pedido às autoridades dos Estados Unidos para deterem e extraditarem o ex-presidente peruano Alejandro Toledo, ao passo que dois outros ex-líderes do país prometeram cooperar com uma investigação cada vez maior sobre corrupção.
Os Estados Unidos se negaram a tentar capturar Toledo quando autoridades acreditavam que ele estava na Califórnia na semana passada, pedindo provas mais fortes ao Judiciário peruano de que ele recebeu 20 milhões de dólares em propinas da empreiteira brasileira Odebrecht, segundo o Peru.
Toledo negou qualquer ato irregular e insiste que não está fugindo. Mas ele se negou a dar sua localização desde que um juiz pediu sua prisão na semana passada, argumentando que o Judiciário é tendencioso.
A Odebrecht reconheceu distribuição de centenas de milhões em propinas na América Latina, gerando inquéritos do Peru ao Panamá, no maior escândalo de corrupção da América Latina.
O Peru enviou informações adicionais aos Estados Unidos sobre a investigação na quarta-feira, segundo a Procuradoria-Geral.
O Departamento de Justiça dos EUA se negou a comentar, dizendo que normalmente não discute publicamente questões relacionadas a extradições.
O presidente do Peru, Pedro Pablo Kuczynski, pediu ao presidente dos EUA, Donald Trump, para ordenar pessoalmente a deportação de Toledo sob uma provisão na lei migratória norte-americana que permite que o presidente expulse pessoas para preservar laços diplomáticos, segundo o ministro do Interior peruano, Ruben Vargas.