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Peru pede ativação de carta democrática contra a Venezuela na OEA

Para o país, a Venezuela vive uma alteração da ordem democrática consequente da falta de separação entre poderes

Venezuela: os países da OEA devem ter um papel eficaz ativando a Carta Democrática (foto/AFP)

Venezuela: os países da OEA devem ter um papel eficaz ativando a Carta Democrática (foto/AFP)

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EFE

Publicado em 17 de março de 2017 às 12h02.

Última atualização em 17 de março de 2017 às 12h03.

Lima - O governo do Peru defende a ativação da carta democrática da Organização dos Estados Americanos (OEA) contra a Venezuela para que o órgão possa abordar a crise vivida pelo país, indicou nesta quinta-feira o chanceler Ricardo Luna.

Em declarações divulgadas pela agência oficial "Andina", Luna disse que o Peru considera que na Venezuela há uma alteração da ordem democrática porque falta separação entre os poderes.

Segundo o chanceler, isso permite que o governo da Venezuela trave o funcionamento do parlamento, o que constituiu uma quebra do Estado de Direito.

"Invocar essa carta não significa suspender e isolar um país, mas utilizar as diversa opções que ela oferece para comprometê-lo com a solução do problema", ressaltou.

Luna disse que é necessário contribuir para superar a crise política venezuelana e evitar a deterioração da situação humanitária, por isso considerou que se devem dar "passos efetivos", de acordo com as alternativas que contempla a Carta Democrática.

Ele observou que até o processo de diálogo e mediação papal em curso, os países da OEA devem ter um papel eficaz ativando a Carta Democrática, e não respondendo a iniciativas intempestivas e insensatas.

Durante uma visita que fez na última quarta-feira ao Chile, Luna tinha pedido para "não avançar posições como as que sugere o secretário-geral da Organização dos Estados Americanos", Luis Almagro, sobre a situação da Venezuela na OEA.

No dia anterior, Almagro tinha pedido a suspensão da Venezuela da OEA como última medida de pressão para que o presidente Nicolás Maduro convoque eleições, depois de "fracassar" todas as tentativas de diálogo.

"Para chegar a uma situação que convirja a vontade dos países-membros da OEA precisa de consulta (...), não podemos nos adiantar a uma posição como a que sugere o secretário-geral enquanto não houver consultas", disse o ministro peruano à Agência Efe.

As relações entre Peru e Venezuela estão em um ponto crítico, depois que o governo peruano enviou uma nota de protesto e chamou seu embaixador em Caracas por "expressões insolentes" de Maduro, contra seu colega Pedro Pablo Kuzcynski.

Tanto o presidente venezuelano, como sua ministra das Relações Exteriores, Delcy Rodríguez, criticaram as declarações de Kuczynski, feitas no dia 25 de fevereiro, na Universidade de Princeton (Estados Unidos), onde ele afirmou que os americanos não se preocupam com a América Latina porque é como um cachorro dormido que não causa problemas, com a exceção da Venezuela.

"É como um cachorro simpático que está dormindo no tapete e não gera nenhum problema mas no caso da Venezuela, esse sim é um grande problema", disse Kuczynski.

Posteriormente, a chanceler venezuelana afirmou que Kuczynski "é o único cachorro simpático que abana o rabo para o império".

Na semana passada, o chanceler peruano afirmou que Kuczynski usou uma "figura de linguagem" ao dizer em Princeton que a América Latina não apresenta problemas e nem representa perigo para os EUA.

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