Alejandro Toledo: ex-presidente está fora do país, supostamente na França (Alex Wong/Getty Images)
EFE
Publicado em 10 de fevereiro de 2017 às 13h34.
Última atualização em 10 de fevereiro de 2017 às 14h02.
Lima - O Peru colocou nesta sexta-feira o ex-presidente Alejandro Toledo na lista de criminosos mais procurados do Ministério do Interior e oferece uma recompensa de 100 mil sóis (US$ 30 mil) para qualquer informação que leve a sua localização e captura, informaram as autoridades.
O ministro do Interior, Carlos Basombrío, foi o encarregado de anunciar esta recompensa depois que um juiz pediu ontem à noite a busca e captura internacional do ex-presidente pelos crimes de tráfico de influência e lavagem de ativos, assim como sua prisão preventiva por 18 meses.
"O Ministério do Interior já fez o alerta vermelho e a oferta de recompensa de 100 mil sóis, a maior que já estipulamos desde nossa chegada ao governo, para qualquer pessoa de qualquer país do mundo que nos proporcione informação sobre onde está Toledo", disse o ministro em declarações ao "Canal N" da televisão peruana.
O ministro indicou que a vontade é "localizar ainda hoje" o ex-presidente, que está fora do país, supostamente na França, e que não deu indícios de que voltará desde que, na última sexta-feira, foi revelado que os responsáveis da construtora brasileira Odebrecht teriam confessado o pagamento de US$ 20 milhões a Toledo para que este facilitasse seus negócios.
Nesse sentido, Basombrío indicou que o alerta vermelho peruano já foi transferida à Interpol da França, onde o pedido já está sendo avaliado.
"Desde ontem à noite, até agora, há gestões para que, dada a gravidade do caso, se avance neste pedido. Agora depende da rapidez de Interpol da França. Exigimos que o alerta vermelho internacional seja acionado o mais breve possível", acrescentou o ministro.
Segundo o site da Comissão Avaliadora de Recompensas Contra a Criminalidade, a recompensa será concedida "às pessoas que proporcionarem informações oportunas e verídicas que ajudem na localização exata e captura do ex-presidente".
A ficha com a foto, os crimes dos quais é acusado e a recompensa já se encontra no site do Ministério junto com a de outros criminosos foragidos.
Um juiz considerou que existem evidências suficientes para pedir a prisão de Toledo por supostamente ter favorecido a Odebrecht na licitação da Estrada Interoceânica do Sul, em troca de propinas suculentas, depositadas em uma rede de empresas "offshore".
"Não é um cidadão qualquer. Foi presidente da República e, valendo-se do mais alto cargo do país, teria cometido todos estes atos corruptos para enriquecer ilicitamente", afirmou o juiz Richard Concepción.
De acordo com o magistrado, Toledo não tem raízes no Peru, já que passa a maior parte de seu tempo fora do país, pois trabalha como pesquisador na Universidade de Stanford, nos Estados Unidos.
Toledo é a primeira grande figura da política peruana indiciada pelo caso Odebrecht, cujos responsáveis confessaram à Justiça americana o pagamento de US$ 29 milhões a funcionários do Peru entre os anos de 2005 e 2014.
Esse período compreende os governos de Alejandro Toledo (2001-2006), Alan García (2006-2011) e Ollanta Humala (2011-2016).