Desmatamento: índios haviam recebido ameaças de morte por sua luta contra o corte ilegal de árvores (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 9 de setembro de 2014 às 18h53.
Lima - O governo peruano informou nesta terça-feira que está investigando o suposto assassinato de quatro líderes indígenas da comunidade Asháninka, que haviam recebido ameaças de morte por sua luta contra o corte ilegal de árvores na fronteira entre o Peru e o Brasil.
Os líderes, entre eles Edwin Chota - um dos ativistas indígenas mais importantes do Peru -, foram assassinados há aproximadamente uma semana pouco antes de cruzar a fronteira do país vizinho para uma reunião com seus companheiros Asháninkas brasileiros, disse um representante da tribo.
A polícia e outras autoridades estavam a caminho da região de fronteira para recuperar os corpos e investigar as mortes, disse à Reuters a vice-ministra da Cultura, Patricia Balbuena.
Um homem da região que encontrou os corpos informou que as vítimas tinham ferimentos provocados por bala, disse Balbuena, acrescentando que as autoridades investigam as ameaças de morte recebidas por Chota durante anos por causa de sua luta contra os madeireiros ilegais.
Um dos objetivos-chave do dirigente é conseguir títulos oficiais de propriedade para as terras Asháninkas, uma das maiores comunidades indígenas da Amazônia peruana, para poder defender seu território de invasores.
Chota morreu sem ter conseguido o título de propriedade para seu povo Saweto, perto da fronteira com o Brasil, disse Reyder Sebastián, líder asháninka que trabalhou com Chota na região.
Sebastián disse que o corte ilegal de árvores na região de fronteira disparou por causa de uma máfia de peruanos e brasileiros, que exploram de forma indiscriminada áreas de selva virgem.