Keiko Fujimori e Pedro Pablo Kuczynski: (Mariana Bazo / Reuters)
Da Redação
Publicado em 5 de junho de 2016 às 10h40.
Depois de ver sua vantagem praticamente desaparecer nos últimos dias, Keiko Fujimori tenta neste domingo se tornar a primeira mulher eleita presidente do Peru, em um segundo turno contra Pedro Pablo Kuczynski, que recuperou as possibilidades de vitória, como demonstram as pesquisas mais recentes.
De acordo com duas simulações de voto divulgadas no sábado, pelas empresas Ipsos e GFK, Fujimori deixou de ser apontada como favorita e Kuczynski aparece um pouco à frente da filha do autocrata Alberto Fujimori, que governou o país andino entre 1990 e 2000.
"Nada é definitivo. Só é possível antecipar que o virtual empate de hoje (sábado) antecipa um resultado apertado amanhã" (domingo), explicou Alfredo Torres, presidente-executivo da Ipsos.
Quase 23 milhões de peruanos devem comparecer às urnas neste domingo entre 8h00 (10h00 de Brasília) e 16h00 (18h00 de Brasília). Os primeiros resultados devem ser anunciados às 22h00 (0h00 de Brasília). O voto é obrigatório no Peru.
De acordo com uma simulação de voto realizada na véspera do pleito pela empresa Ipsos, Kuczynski alcançou 50,4% dos votos válidos contra 49,6% para Fujimori. Há uma semana, era Fujimori que liderava todas as pesquisas.
A cifra evidencia um empate técnico, pois a margem de erro é de 1,8 ponto percentual. Foram entrevistados em todo o país 7.260 eleitores.
"A brecha pode aumentar se continuar a tendência de crescimento de Kuczynski ou se reverter, se o ativismo da militância da Fuerza Popular (partido de Fujimori) conseguir aumentar a participação eleitoral e a participação ao seu favor no interior do país", disse Torres no sábado.
Já a simulação de votação da empresa Gfk, atribui a Kuczynski 51,1% dos votos contra 48,9% para Fujimori. A margem de erro é de 1,6 ponto percentual, em uma pesquisa realizada com 11.000 entrevistados, e que também configura empate técnico.
Keiko é filha do ex-presidente Alberto Fujimori (1990-2000), condenado por crimes de corrupção e contra a humanidade, e conta com um sólido apoio das classes populares. Ela aparecia como a favorita nas últimas semanas.
Sua candidatura foi afetada recentemente por denúncias de suposta lavagem de dinheiro e narcotráfico em seu círculo mais próximo.
Kuczynski, por sua vez, é vinculado a grandes empresas, embora tenha capitalizado nos últimos dias o voto antifujimorista e recebido o apoio da maioria dos candidatos derrotados no primeiro turno - especialmente da esquerda -, que consideram o retorno do fujimorismo prejudicial para o país.
O vencedor do segundo turno terá mandato para governar o país no período 2016-2021.