Ollanta Humala, presidente do Peru: sua impopularidade é atribuída ao papel da esposa no governo (Nelson Almeida/AFP)
Da Redação
Publicado em 23 de março de 2014 às 17h18.
A desaprovação do presidente peruano, Ollanta Humala, subiu a 76% em março, o nível mais alto em seus 32 meses no poder, segundo uma pesquisa divulgada neste domingo pela imprensa local, que atribui a impopularidade ao papel de sua mulher no governo.
O nível de rejeição a Humala em março supera em cinco pontos percentuais o registrado em fevereiro, enquanto sua aprovação caiu a 20%, e 4% dos entrevistados se mantiveram neutros, segundo uma pesquisa da empresa GFK que ouviu 1.297 pessoas em todo o país.
O mandato de Humala termina em julho de 2016. O governante assumiu em julho de 2011, após vencer as eleições com 51,4% dos votos contra Keiko Fujimori, filha do ex-presidente Alberto Fujimori.
A impopularidade crescente de Humala, ex-comandante do Exército peruano, está diretamente ligada à percepção dos cidadãos peruanos do papel de sua mulher, Nadine Heredia, na gestão pública, segundo a pesquisa.
Um total de 74% dos entrevistados consideram que a participação da primeira-dama, que também é presidente do partido governista, Gana Perú, prejudica o governo. Há um ano, 34% viam essa influência como negativa, aponta a pesquisa, publicada no jornal "La República".
A popularidade da primeira-dama caiu 12 pontos percentuais em relação a fevereiro, de 39% a 27%.
Nos últimos meses, Nadine Heredia foi apontada por analistas e políticos como "o poder por trás do trono", e comentou-se que ela poderia ser a candidata do governo nas eleições presidenciais de 2016, apesar de a lei o impedir.