Calota de gelo de Quelccaya, situada na Cordilheira Oriental nos Andes peruanos (Edubucher/Wikimedia Commons)
Da Redação
Publicado em 15 de outubro de 2014 às 22h03.
Lima - As mudanças climáticas reduziram as geleiras peruanas em 40 por cento nas últimas quatro décadas, e o derretimento gerou cerca de mil novos lagos a partir de 1980, afirmou o governo do Peru nesta quarta-feira.
Quase 90 por cento das geleiras peruanas são menores do que 1 quilômetro quadrado, colocando-as em maior risco de desaparecer nos próximos anos, afirmou a autoridade responsável pela água no Peru em uma atualização sobre seus glaciares a partir dos anos 1970.
As 2.679 geleiras do Peru, distribuídas por 19 cadeias de montanhas cobertas de neve, são fonte de grande parte da água potável do país.
A mudança climática deve diminuir as fontes de água no Peru, embora o derretimento das geleiras poderia aumentar a disponibilidade em alguns mananciais no curto prazo.
Em 1970, pelo menos 20 mil peruanos foram mortos depois que um terremoto fez uma geleira deslizar em direção à cidade serrana de Yungay.
O departamento responsável pela água do Peru disse que 996 lagos surgiram nos Andes desde 1980, quando o último levantamento foi realizado, elevando o novo total para 8.355.
O Peru abriga 70 por cento das geleiras tropicais do mundo, que são especialmente sensíveis a temperaturas mais elevadas. O país vai sediar a Conferência das Nações Unidas sobre a Mudança Climática Global em Lima no fim de novembro e em dezembro.