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Pertenço ao Estado Islâmico, diz sequestrador à TV francesa

Duas horas antes de ser morto pela polícia, Amedy Coulibaly falou com calma à rede de televisão BFMTV

Montagem com as fotos de Amedy Coulibaly (E) e Hayat Boumeddiene (Paris Prefecture de Police handout via Reuters)

Montagem com as fotos de Amedy Coulibaly (E) e Hayat Boumeddiene (Paris Prefecture de Police handout via Reuters)

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Da Redação

Publicado em 9 de janeiro de 2015 às 20h26.

Paris - Na tarde desta sexta-feira, duas horas antes de ser morto pela polícia francesa, Amedy Coulibaly, autor do sequestro a um mercado de produtos judaicos em Paris, falou com calma à rede de televisão BFMTV.

Veja abaixo a transcrição do diálogo que Coulibaly manteve com um jornalista da emissora.

- Pergunta: Por que você está aí?

- Eu estou aqui porque o Estado francês atacou o Estado Islâmico, o califado.

- Você recebeu ordens?

- Sim.

- Você tem ligação com os dois irmãos?

- Sim. Nós sincronizamos o início de nossas operações. Eles, com Charlie Hebdo, eu, com os policiais.

- Vocês ainda estão mantendo contato? Você falou com eles por telefone recentemente?

- Não.

- Você ainda está com sua esposa?

- Não, estou sozinho. Minha esposa não está aqui.

- Quantas pessoas estão no mercadinho?

- Há quatro mortos e 16 pessoas com uma criança, com a criança dá um total de 17. (Ele fala com alguém) Ele diz que há oito mulheres.

- O que você quer?

- Quero que o Exército saia do Estado Islâmico, de todos os locais para onde ele foi enviado para lutar contra o Islã. Estou disposto a negociar... Diga a eles que me liguem.

- Você faz parte de qual grupo?

- Estado Islâmico.

- Você foi até lá (ndr: na Síria ou no Iraque)?

- Eu evitei, porque se eu fizesse isso, ia comprometer meu projeto.

- Você escolheu esse mercado por alguma razão específica?

- Sim. Os judeus. É por toda a opressão, particularmente sobre o Estado Islâmico, mas também em todos os lugares. É por todos os lugares onde os muçulmanos são oprimidos. A Palestina é um desses lugares.

- Além dos dois irmãos, mais alguém está agindo com você?

- Não vou responder a essa pergunta. Chega de perguntas. Dê meu número para a polícia.

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