Donald Trump: presidente recuou em relação à medida que previa a separação de pais e filhos de imigrantes ilegais no país (Jonathan Ernst/Reuters)
Agência Brasil
Publicado em 22 de junho de 2018 às 18h14.
Última atualização em 22 de junho de 2018 às 22h19.
Um grupo de 11 peritos internacionais da Organização das Nações Unidas (ONU) divulgou um documento crítico ao recuo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em relação à medida que previa a separação de pais e filhos de imigrantes ilegais no país. "[Meninos e meninas] estão sendo usados como impedimento para a migração irregular, o que é inaceitável."
Os especialistas afirmam que a última ordem executiva não aborda a situação das crianças que já foram afastadas dos pais e pedem ao governo que liberte essas crianças.
"A ordem executiva assinada pelo presidente dos Estados Unidos não resolve a situação de milhares de crianças migrantes separadas à força de seus pais e detidas na fronteira", diz o documento dos peritos, que advertem que a iniciativa pode levar à detenção indefinida de famílias inteiras violando padrões internacionais.
Segundo os especialistas, a detenção "é punitiva, dificulta severamente o desenvolvimento e, em alguns casos, pode resultar em tortura". Eles afirmam que "as crianças migrantes precisam ser tratadas, em primeiro lugar, como crianças".
No documento, os peritos ressaltam que as separações das famílias ocorreram sem aviso prévio para que pais e filhos pudessem se comunicar uns com os outros. Destacam ainda que os pais não tiveram informações sobre o paradeiro dos filhos.
"[Estamos] profundamente preocupados com o impacto e o trauma de longo prazo, incluindo o dano irreparável que essas separações forçadas terão sobre as crianças ", diz o texto, lembrando que havia entre as crianças e os adolescentes alguns com deficiências e que precisam de apoio especializado, assim como bebês em fase de amamentação.
O grupo de peritos diz que a falta de registro adequado torna o acompanhamento e a reunificação destas crianças um desafio e que existem medos legítimos de que algumas nunca se reencontrem com os pais.
Segundo a nota, a maioria desses migrantes vem de El Salvador, Guatemala e Honduras e está pedindo asilo.