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Perda total de contato com avião intriga especialistas

A possibilidade de um ataque terrorista é cogitado desde que foi revelado o desaparecimento do avião devido às estranhas circunstâncias que envolvem o caso


	Avião: a possibilidade de um ataque terrorista é cogitado desde que foi revelado o desaparecimento do avião devido às estranhas circunstâncias que envolvem o caso
 (Christian Hartmann / Reuters)

Avião: a possibilidade de um ataque terrorista é cogitado desde que foi revelado o desaparecimento do avião devido às estranhas circunstâncias que envolvem o caso (Christian Hartmann / Reuters)

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Da Redação

Publicado em 19 de maio de 2016 às 12h21.

Cairo - A perda de contato total com o avião de Egyptair, que caiu nesta quinta-feira no Mar Mediterrâneo com 66 pessoas a bordo, desperta dúvidas entre os especialistas, enquanto as autoridades mantêm abertas todas hipótese sobre o acidente.

Tanto Egito como França disseram que não se pode descartar nenhuma hipótese, inclusive a terrorista, no caso do Airbus A320 que cobria a rota Paris-Cairo e cujas primeiras partes foram achadas a 50 milhas ao sudeste da ilha grega de Cárpatos.

A possibilidade de se tratar de um ataque terrorista esteve sobre a mesa desde que foi revelado o desaparecimento do avião devido às estranhas circunstâncias que envolvem o caso, embora por enquanto nenhum grupo extremista tenha reivindicado sua queda.

O Serviço Federal de Segurança da Rússia (FSB, antigo KGB) afirmou hoje que tudo aponta que o acidente do avião Egyptair foi um atentado terrorista.

O A320, fabricado em 2003 e com 48 mil horas de voo acumuladas, segundo a Airbus, desapareceu do radar às 2h45 local (21h45, em Brasília) quando voava a uma altitude de 37 mil pés (cerca de 11 mil metros) e os controladores aéreos não puderam contatar a tripulação.

Com estes dados, o porta-voz do departamento técnico do Sindicato Espanhol de Pilotos de Linhas Aéreas (Sepla), Agustín Guzmán, afirmou que "um avião de 2003 com uma manutenção adequada a princípio não deveria ter nenhuma falha catastrófica que levasse à perda de contato".

As possíveis causas deste desaparecimento -continuou Guzmán- são que tenha sido desligado desde a cabine manualmente o sistema de comunicação de radar -"trasponder"-, uma falha no fornecimento elétrico ou uma falha no próprio sistema.

No avião há, além disso, um segundo equipamento de comunicação por radar, por isso que "não é comum" que ocorra uma falha nos dois e haja a perda total de comunicação, segundo Guzmán.

"Seguramente algo catastrófico ocorreu", ressaltou o porta-voz do departamento técnico do Sepla, que não quis se aventurar a manejar nenhuma hipótese e indicou que o acidente pode ter sido causado por um fogo ou a uma falha técnica.

Um comandante aposentado, com cerca de 15 mil horas de voo e seis anos de experiência pilotando um A320, explicou que se ocorreu uma falha técnica, desde essa altura de 37 mil pés o avião pode demorar ainda cerca de 20 minutos em cair e durante esse tempo segue emitindo um sinal que é captado pelos radares.

"Se desapareceu de repente do radar pode ter ocorrido uma explosão que desintegre o avião ou que tenha sido desligado o sistema de comunicação de radar", disse esta fonte, que preferiu manter o anonimato.

O piloto aposentado reconheceu que é "muito raro", e que de fato "não se contempla" que tenha ocorrido uma explosão por causa de uma avaria técnica ou pela ruptura em uma parte do aparelho que provoque uma descompressão rápida.

Além disso, se o sistema de comunicação por radar for desligado ou tiver problemas, a tripulação pode de todas formas manter contato com os controladores aéreos, algo que também não ocorreu.

Inclusive, em caso de falha de todo o sistema elétrico, o avião conta com baterias que permitem a comunicação com os controladores, acrescentou o comandante.

Apesar das complexas circunstâncias, Guzmán insistiu que não se pode afirmar que se trate de um ataque terrorista e que será preciso esperar a análise das caixas-pretas.

Em algumas ocasiões, os acidentes ocorrem por "causas estranhas", por isso que é necessária uma investigação séria e não deixar se levar nem sequer pela hipótese que pareça predominante, apontou.

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