Chineses aguardam em fila de ônibus em Pequim (Kevin Frayer/Getty Images)
AFP
Publicado em 8 de dezembro de 2022 às 08h22.
A capital da China apresentava nesta quinta-feira (8) siais tímidos de retorno à normalidade, um dia após o anúncio da flexibilização das restrições contra a covid que estavam em vigor há quase três anos.
Após várias semanas com empresas e escolas fechadas, o trânsito nas ruas de Pequim era apenas metade do habitual, segundo correspondentes da AFP.
Os transportes públicos, em particular os ônibus, ainda estavam longe da lotação e alguns circulavam praticamente vazios.
"Realmente não há mais pessoas esta manhã que nos dias anteriores, antes da suspensão das restrições. Está muito calmo. Acredito que as pessoas ainda estão com medo de sair", afirmou à AFP o gerente de uma cafeteria Starbucks.
O país registrou nas últimas semanas uma onda de contágios de coronavírus, mas com um número de infectados muito pequeno para a população chinesa: 21.165 novos casos nesta quinta-feira entre 1,4 bilhão de pessoas.
Porém, depois das grandes manifestações de novembro que evidenciaram a irritação de parte da população, as autoridades de saúde nacionais anunciaram na quarta-feira a flexibilização das restrições com a esperança de estimular a economia, asfixiada pela estratégia "covid zero".
Entre as medidas anunciadas estão o fim dos exames PCR sistemáticos e em larga escala, a possibilidade de fazer o isolamento em casa para os casos menos graves de covid e a aplicação mais contida dos confinamentos.
As cidades não exigirão mais um teste negativo das últimas 24 horas para permitir viagens entre as províncias, mas o exame será obrigatório para entrar em restaurantes e cafeterias.
O discurso das autoridades também mudou: agora destacam a natureza menos nociva da variante ômicron. E a expressão "covid zero" começou a desaparecer das declarações oficiais.
Passageira de máscara em estação ferroviária de Pequim em 8 de dezembro de 2022
Mudar os hábitos, porém, leva tempo. Nesta quinta-feira, os centros de testes PCR espalhados por Pequim ainda registravam filas, embora um pouco menores que nos dias anteriores.
"Vim fazer o exame porque uma pessoa no meu trabalho testou positivo. Espero não ter sido infectado", declarou à AFP Chen Min, de 28 anos.
Também na fila, Zhang Lan, um entregador de comida, aguardava o teste porque "é uma exigência da empresa" para não infectar os clientes.
A fila tinha muitos trabalhadores de hotéis e restaurantes.
Um shopping na mesma região tinha poucos clientes e os cinemas não reabriram as portas. Um segurança controla a entrada no centro comercial, mas não exige mais a apresentação de um teste PCR com resultado negativo.
Na farmácia Gaoji, um fluxo incessante de clientes procura remédios contra febre e resfriados, agora acessíveis sem a necessidade de apresentar um documento de identidade ou um teste PCR negativo.
Duabte do aumento de contágios, os moradores da cidade desejam ter medicamentos para o tratamento caso sejam infectados com a covid-19.
"Ficamos sem estoque deste tipo de medicamento. Não temos nem vitamina C", explica Sun Qing, funcionária da farmácia.
"Alguns, infelizmente, compraram muito mais que o necessário. O suficiente para um ano", conta a funcionária, que prevê o anúncio em breve de um limite para a aquisição dos medicamentos.
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