Grupo de ilhas disputadas conhecidas como Senkaku no Japão e Diaoyu na China: Pequim exige que aeronaves informem rota se tiverem que passar pela zona de defesa (Kyodo/Reuters)
Da Redação
Publicado em 2 de dezembro de 2013 às 07h34.
Pequim - A China acusou nesta segunda-feira o Japão de estar "politizando de forma deliberada" a criação da zona de identificação aérea (ADIZ) chinesa na região e pediu que Tóquio deixe de criar mais atritos que prejudiquem a estabilidade regional.
A declaração foi feita pelo porta-voz chinês do Ministério das Relações Exteriores, Hong Lei, em entrevista coletiva em Pequim.
Desde o anúncio da criação da ADIZ no Mar da China Oriental há pouco mais de uma semana, Pequim exige que aeronaves estrangeiras informem sua rota se tiverem que passar pela nova zona de defesa.
Enquanto os Estados Unidos aconselharam as companhias aéreas do país a cumprir o protocolo imposto por Pequim, o governo japonês solicitou que suas empresas aéreas não façam isso.
"As recomendações de diversos países evidenciam que estão dispostos a cooperar com a China para salvaguardar a ordem regional", disse Hong.
Por outro lado, acrescentou, "a decisão do Japão não faz nenhum bem para a cooperação em aviação civil".
O funcionário disse ainda que a China exige que o Japão "detenha suas acusações sem fundamento, mostre uma atitude responsável e coopere para manter a ordem na zona".
O anúncio da criação da ADIZ no Mar da China Oriental elevou a tensão na região ao incluir ilhas disputadas entre Tóquio e Pequim, chamadas Diaoyu pelos chineses e Senkaku pelos japoneses.
Após a decisão unilateral da China, diversos aviões dos EUA, Japão e Coreia do Sul cruzaram a aérea sem cumprir com o estabelecido por Pequim. Esses e outros países, como a Austrália e Filipinas, mostraram sua "preocupação" e seu "mal-estar" pela nova zona aérea da China.
"O ADIZ não está direcionado a nenhum país concretamente. Procura salvaguardar nosso território e não afetará a liberdade de voo. Esperamos que outros países nos entendam e cooperem conosco", defendeu Hong.