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Pentágono investiga pagamentos irregulares a ex-assessor de Trump

O novo inquérito aumenta os problemas legais que Flynn enfrenta por receber centenas de milhares de dólares da mídia russa e de empresário turco

Michael Flynn: o ex-asessor de Trump também figura em investigações do Congresso sobre a interferência russa na eleição presidencial de 2016 (Carlos Barria/Reuters)

Michael Flynn: o ex-asessor de Trump também figura em investigações do Congresso sobre a interferência russa na eleição presidencial de 2016 (Carlos Barria/Reuters)

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Reuters

Publicado em 27 de abril de 2017 às 17h45.

Washignton - O inspetor-geral do Pentágono iniciou uma investigação para saber se Michael Flynn, ex-assessor de Segurança Nacional do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, aceitou dinheiro de entidades estrangeiras sem a aprovação exigida, de acordo com uma carta divulgada por democratas da Câmara dos Deputados nesta quinta-feira.

O novo inquérito aumenta os problemas legais que Flynn enfrenta por receber centenas de milhares de dólares da rede de televisão estatal russa Russia Today (RT) e de uma firma de propriedade de um empresário turco depois que o ex-diretor da Agência de Inteligência de Defesa (DIA) se aposentou como tenente-general do Exército dos EUA em 2014.

Nesta semana parlamentares veteranos disseram que Flynn provavelmente violou a lei por não solicitar e receber permissão para aceitar 45 mil dólares para falar em um jantar de gala da RT em 2015 durante o qual se sentou ao lado do presidente da Rússia, Vladimir Putin.

Flynn também figura em investigações do Congresso sobre a interferência russa na eleição presidencial de 2016, que agências de inteligência norte-americanas disseram ter tido como meta influenciar a votação a favor de Trump, o candidato republicano, em detrimento de sua rival democrata, Hillary Clinton. Moscou nega a alegação.

O inspetor-geral do Departamento de Defesa está analisando se Flynn "errou por não obter a aprovação requerida antes de receber qualquer remuneração de um governo estrangeiro", de acordo com uma carta de 11 de abril divulgada por democratas do Comitê de Supervisão e de Reforma Governamental da Câmara.

Se corroborado, tal deslize violaria regulamentos militares que impõem uma proibição constitucional a autoridades atuais e aposentadas para a aceitação de "remunerações" de potências estrangeiras, diz a carta.

Um advogado de Flynn, que se ofereceu para testemunhar perante o Congresso em troca da concessão de imunidade processual, não respondeu de imediato a um pedido de comentário.

Em um comunicado emitido na terça-feira, o advogado de Flynn, Robert Kelner, disse que seu cliente informou a DIA "detalhadamente" antes e depois de sua aparição no evento da RT.

O deputado Elijah Cummings, o democrata mais graduado do Comitê, divulgou outros documentos do Departamento de Defesa nesta quinta-feira mostrando que a DIA não encontrou nenhum indício de que Flynn pediu permissão para aceitar fundos do exterior, apesar de um alerta de 2014 contra o recebimento de tais pagamentos.

Separadamente, o presidente republicano do Comitê, o deputado Jason Chaffetz, pediu ao secretário interino do Exército uma "determinação final" esclarecendo se Flynn violou a lei por aceitar pagamentos do exterior, de acordo com uma carta divulgada por seu escritório nesta quinta-feira.

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