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Pentágono admite não ter provas de que Soleimani atacaria embaixadas

Afirmação foi dada pelo presidente americano Donald Trump para justificar ataque contra general iraniano

Soleimani: "O presidente não citou uma evidência específica, e eu não o vi", disse o secretário de Defesa (Anton Novoderezhkin/Getty Images)

Soleimani: "O presidente não citou uma evidência específica, e eu não o vi", disse o secretário de Defesa (Anton Novoderezhkin/Getty Images)

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EFE

Publicado em 12 de janeiro de 2020 às 16h49.

Washington - O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Mark Esper, admitiu neste domingo não ter visto nenhuma prova concreta de que o general iraniano Qasem Soleimani, morto este mês em uma operação americana em Bagdá, planejava atacar quatro embaixadas do país, como afirma o presidente Donald Trump.

"O presidente não citou uma evidência específica, e eu não o vi, no que diz respeito às quatro embaixadas", disse Esper, em entrevista à emissora "CBS News".

O chefe do Pentágono afirmou, no entanto, concordar com Trump que "é provável que (os iranianos) ataquem as embaixadas, pois são o ponto de destaque da presença americana em um país".

Suas declarações se somam a mudança de narrativa de Trump para justificar a missão contra Soleimani, pois o presidente inicialmente disse que o comandante planejava ataques indefinidos contra alvos dos EUA, depois disse que queria "explodir" a embaixada em Bagdá, e depois falou sobre planos contra outras missões.

"Posso revelar que acho que provavelmente seriam quatro embaixadas", disse Trump, durante uma entrevista à "Fox News" na última sexta-feira.

Esper defendeu que o presidente nunca falou de evidências no caso das quatro embaixadas, mas disse que "acreditava" que esse era o plano de Soleimani e afirmou compartilhar dessa análise.

As mudanças na justificativa de Trump para essa missão geraram desconforto entre alguns membros do Congresso, que não receberam informações sobre a suposta ameaça a quatro embaixadas durante uma reunião que realizaram esta semana com Esper e outras autoridades, segundo vários meios de comunicação.

Além disso, a hipótese de que a operação contra Soleimani poderia fazer parte de um plano mais amplo destinado a enfraquecer os Guardiões da Revolução Islâmica do Irã (IRGC) ganhou força depois que o jornal "Washington Post" revelou na sexta-feira que os EUA lançaram outro ataque aéreo no Iêmen no mesmo dia da missão em Bagdá, no último dia 2.

Enquanto isso, Trump voltou ao Twitter hoje para comentar os protestos de ontem em Teerã, onde centenas de iranianos se manifestaram contra o sistema islâmico e a IRGC.

"Para os líderes do Irã: NÃO MATE SEUS MANIFESTANTES. Milhares já morreram ou foram presos por você, e o mundo está observando. E o mais importante, os Estados Unidos estão observando você", escreveu Trump.

O presidente americano pediu ao governo iraniano que "reativasse a internet", embora hoje não tenha havido cortes no acesso a esse serviço no Irã - como ocorreu durante as manifestações do mês de novembro de 2019 - e os protestos pareciam se acalmar neste domingo. EFE

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