David Cameron: na véspera, o líder opositor afirmou que não renunciará ao cargo (Suzanne Plunkett/Reuters)
Da Redação
Publicado em 29 de junho de 2016 às 09h43.
O primeiro-ministro britânico, David Cameron, pediu nesta quarta-feira ao líder da oposição, o trabalhista Jeremy Corbyn, que renuncie ao cargo, unindo-se à revolta trabalhista, em um gesto e tom de voz pouco comuns.
"Deveria ser do interesse de meu partido que ele ficasse, mas não é do interesse nacional, por isso devo dizer: pelo amor de Deus, homem, vá embora!", afirmou Cameron a Corbyn, em tom irritado, durante a sessão parlamentar de perguntas ao primeiro-ministro.
Na véspera, o líder opositor afirmou que não renunciará ao cargo, apesar de ter perdido uma moção de censura por 172 votos contra e 40 a favor por causa do resultado do referendo do Brexit.
A moção não obriga Corbyn, de 69 anos, a abandonar o cargo, já que deve ser ratificada pelos afiliados do partido.
Mas coloca em uma situação muito difícil o experiente político socialista, acusado de falta de liderança durante a campanha do referendo.
"Fui eleito democraticamente líder do nosso partido para uma nova forma de fazer política, por 60% dos membros trabalhistas e seus partidários, e não vou traí-los mediante uma renúncia. A votação dos deputado não tem qualquer legitimidade", afirmou Corbyn em um comunicado.