Pesquisadores da Universidade de Santa Barbara notaram a presença de peixes papagaio e cirurgião nos corais da ilha de Moorea (Wikimedia Commons/Divulgação)
Da Redação
Publicado em 23 de novembro de 2011 às 15h49.
São Paulo - Os pesquisadores da Universidade de Santa Barbara na Califórnia (UCSB) descobriram que os recifes de coral da ilha de Moorea na Polinésia Francesa, podem se tornar saudáveis, devido à proteção feita pelo parrotfish (peixe papagaio) e surgeonfish (peixe cirurgião) que comem algas.
Em todo o mundo, estes sistemas marinhos valiosos estão sendo cada vez mais perturbados por eventos ambientais, que causam o seu declínio, ainda que alguns recifes de coral se recuperem.
No caso do Caribe, os recifes que sofrem grandes perdas de coral vivo tornam-se frequentemente cobertos por algas e nunca mais voltam a ser novamente cobertos por corais vivos, de acordo com uma publicação na revista Public Library of Science.
Por outro lado, os recifes em torno de Moorea experimentaram grandes perdas de coral vivo no passado - mais recentemente, no início dos anos 1980 - e têm retornado para um sistema saudável de corais, de acordo com um comunicado da Califórnia.
"Queríamos saber por que os recifes de Moorea parecem agir de forma diferente dos outros recifes", disse Tom Adam, principal autor e pós-doutorado no Instituto de Ciência Marinha da UCSB.
"Especificamente, queríamos saber quais fatores ecológicos podem ser responsáveis para os padrões dramáticos de recuperação, observados em Moorea," acrescentou Adam.
A equipe de pesquisa ficou surpresa com suas descobertas. A biomassa de herbívoros no recife - peixes e outros animais que comem plantas como as algas - aumentou dramaticamente após a perda de corais vivos.
"O que foi surpreendente para nós foi que os números dessas espécies também aumentaram dramaticamente", disse Andrew Brooks, co-autor e cientista do projeto do instituto.
"Nós não estávamos simplesmente vendo um caso de peixes maiores e mais gordos - estávamos vendo muito mais peixes papagaio e peixes cirurgião, os quais passaram a ser maiores e mais gordos. Queríamos saber de onde estes peixes eram provenientes", acrescentou Brooks.