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Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h47.
Brasília - A chave para o mistério que ronda a violação de dados fiscais de Verônica Serra, filha do candidato do PSDB à Presidência, José Serra, aponta para dois contadores: Antonio Carlos Atella Ferreira e Ademir Estevam Cabral. Ambos estabelecidos em São Paulo, eles ocupam escritórios separados, mas atuam em parceria.
Atella afirmou ontem que Cabral o procurou em setembro de 2009 e lhe encomendou um serviço junto à Receita - a apresentação de um lote de cerca de 18 pedidos de obtenção de cópias de declarações de imposto de renda de pessoas físicas. Cabral tinha pressa, conta Atella. "Ele disse: 'Ô Atella, os documentos são para um pessoal de Brasília e de Minas, eles estão vindo aí. Tem que ser coisa rápida'."
Segundo Atella, o colega não lhe disse quem era o grupo interessado no resultado da pesquisa, nem se tinha ligação com alguma agremiação política. Em 24 horas, Atella cumpriu a missão que culminou no episódio que põe sob suspeita analistas tributários e servidores do Serpro no Fisco em Mauá e em Santo André.
Ele foi identificado pela comissão de inquérito da Corregedoria da Receita como o homem que pediu acesso às informações de Verônica e juntou ao expediente uma procuração com assinatura falsificada da filha de Serra e dados incorretos do tabelião. O protocolo de entrada é de 29 de setembro, a retirada ocorreu no dia 30.
Atella diz que não viu nomes na papelada que lhe foi entregue por Cabral. "Eu vejo números, eu vejo CPFs, eu só conto quantos têm, não corro atrás de nomes", afirma. "Nem sabia que Serra tinha filha." O contador, de 62 anos, disse que "é uma vítima, tanto quanto essa moça (Verônica)". "Armaram para mim, quem armou deve pagar." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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