Consumidores em shopping em Los Angeles (Frederic Brown/AFP)
Repórter de macroeconomia
Publicado em 31 de janeiro de 2025 às 10h37.
Última atualização em 31 de janeiro de 2025 às 11h28.
O PCE (índice de preço de consumo pessoal), um dos principais indicadores de inflação dos Estados Unidos, atingiu 2,6% em dezembro, informou o BEA (Escritório de Análises Econômicas) nesta sexta, 31. O valor se refere à soma dos últimos 12 meses.
O indicador havia atingido 2,4% em novembro e 2,3% em outubro.
No mês passado, a inflação mensal de consumo, considerando apenas o mês de dezembro, subiu 0,3% no índice completo do PCE, dentro da expectativa dos economistas ouvidos pela agência Reuters.
No núcleo do PCE, indicador que exclui gastos com comida e energia, que são mais voláteis, houve alta mensal de 0,2%. A taxa anualizada dessa categoria está em 2,8%.
O BEA também informou que a renda pessoal dos americanos subiu 0,4% em dezembro.
O mercado fica de olho no PCE por ele ser um dos os principais termômetros do Federal Reserve (Fed, banco central americano) para aferir a inflação do país. O Fed subiu as taxas de juros para tentar conter a inflação que veio após a pandemia, e começou um movimento de baixa em setembro. Em sua última reunião, na quarta, 29, o Fed pausou a queda nos juros e manteve a taxa na faixa entre 4,25% e 4,50% ao ano.
A meta do Fed é trazer a inflação americana para 2%. No entanto, os dados têm mostrado uma economia aquecida. Na quinta, 30, foram divulgados dados do PIB dos EUA, que registrou alta: a taxa anualizada atingiu 2,3% no quarto trimestre de 2024, valor abaixo das expectativas do mercado.
Os juros altos nos EUA atraem mais capitais ao país, o que reduz o fluxo para outros países, como o Brasil, que passam a ter mais dificuldade para captar recursos. A alta nos juros americanos também influencia a queda na taxa de juros do Brasil.
"O PCE nos EUA reforça a leitura de que a inflação segue sob controle, mas ainda exige atenção do Fed. O mercado já precificava uma manutenção dos juros no curto prazo, e esse dado reforçava essa expectativa. O cenário atual mantém o dólar forte e o fluxo de capital concentrado nos EUA, o que pode limitar a liquidez global e impactar mercados emergentes", disse João Kepler, CEO da Equity Fund Group.