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Paz armada: os desafios de Duque na Colômbia

Os colombianos foram às urnas no último domingo e elegeram Ivan Duque, ex-senador herdeiro do Uribismo (do ex-presidente Álvaro Uribe), com 54% dos votos

Ivan Duque: presidente eleito da Colômbia deve brigar por mudanças nos acordos de paz com guerrilhas e lidar com a economia de maneira ortodoxa  (Nacho Doce/Reuters)

Ivan Duque: presidente eleito da Colômbia deve brigar por mudanças nos acordos de paz com guerrilhas e lidar com a economia de maneira ortodoxa (Nacho Doce/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 18 de junho de 2018 às 06h13.

Última atualização em 18 de junho de 2018 às 09h53.

Não foi dessa vez que os colombianos elegeram seu primeiro governo de esquerda. Acostumados a associar candidatos de esquerda e centro-esquerda às guerrilhas que por anos levaram terror ao país, os colombianos foram às urnas no último domingo e elegeram Ivan Duque, ex-senador herdeiro do Uribismo (do ex-presidente Álvaro Uribe), com 54% dos votos. Ele irá suceder Juan Manuel Santos, que governou o país nos últimos 8 anos, assinou um acordo de paz com os guerrilheiros das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) e recebeu um prêmio Nobel da Paz por isso.

A eleição de Duque era esperada, mas joga luz em um problema que deve se tornar mais latente na Colômbia a partir de agora: o sentimento de descontentamento que atingiu uma parcela de colombianos contrários ao modelo de pacificação aprovado por Santos. A reclamação principal é que o acordo é brando demais com os guerrilheiros, que conseguiram até posicionamento político partidário e representação no Congresso. Duque afirma que irá buscar punições mais severas para os crimes cometidos pelos rebeldes durante os 50 anos que duraram o conflito.

Duque é visto como uma escolha favorável ao mercado, planejando cortar impostos e reduzir o tamanho do Estado. Ele também sugere a adoção de um teto para os gastos públicos, além de uma reforma da previdência e acordos comerciais com mais países. A Colômbia foi recentemente aceita na Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e novas parcerias devem entrar no radar do presidente eleito.

Essa agenda deve dar continuidade à política neoliberal na economia da Colômbia, uma pauta adotada desde os anos 1990 e que ajudou a garantir os indicadores econômicos do país: desde 1998 a Colômbia não tem uma recessão e o PIB cresceu 1.8% no ano passado.

Apesar da mudança na política, agora os colombianos devem voltar sua atenção para uma questão mais mundana, antes de Duque assumir a presidência no dia 7 de agosto: a Copa do Mundo de futebol. A Colômbia estreia no torneio nesta terça-feira às 9h.

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