Antonio Patriota: "O ministro levará a convicção de que para alcançar a harmonia na região é necessário o pleno reconhecimento do Estado palestino", disse um porta-voz do ministério (Telam/ABr)
Da Redação
Publicado em 11 de outubro de 2012 às 21h47.
Brasília/Jerusalém - O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, que inicia nesta sexta-feira uma visita a Israel e aos territórios palestinos, transmitirá um "mensagem de paz" e "harmonia" na região em constante conflito.
"O ministro levará a mensagem de paz do Brasil e a convicção que para poder alcançar a harmonia nessa região é necessário o pleno reconhecimento do Estado palestino", explicou à Agência Efe um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores.
Patriota visitará no sábado o Monte das Oliveiras e a Basílica da Natividade e também irá à cidade de Jaffa, onde pela noite terá um encontro com personalidades da sociedade israelense.
No domingo será recebido pelo presidente de Israel, Shimon Peres, e visitará o Memorial do Holocausto, onde depositará uma oferenda de flores.
"Durante o encontro, Peres e Patriota falarão do programa nuclear iraniano e do fortalecimento das relações estratégicas entre Israel e Brasil", afirmou em comunicado a presidência israelense.
Nesse mesmo dia se reunirá com o ministro de Ciência e Tecnologia, Daniel Hershkovitz, e com o vice-primeiro-ministro, Dan Meridor.
Posteriormente será recebido pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu e se reunirá com o titular de Relações Exteriores, Avigdor Lieberman.
Na segunda-feira de manhã vai a Ramala, onde será recebido pelo chefe da diplomacia palestina, Riyad Maliki, e se reunirá com o primeiro-ministro Salam Fayyad.
Também deve se reunir com o negociador palestino Saeb Erekat, com o presidente Mahmoud Abbas e visitar o Mausoléu de Yasser Arafat.
A última atividade de sua visita será uma reunião com representantes israelenses e palestinos da organização "Peace NGO Forum", que promove a paz na região.
Esta será a primeira visita de um chanceler brasileiro aos territórios palestinos desde que o Brasil reconheceu a Palestina como Estado em dezembro de 2010.
Seu antecessor, Celso Amorim, fez uma visita-relâmpago à região em julho de 2010 para tentar mediar às negociações entre israelenses e palestinos.
"Desta vez, não vem com propostas", confirmou à Efe uma fonte diplomática israelense, apesar de um comunicado do Palácio do Itamaraty afirmar que os encontros "vão ser uma oportunidade para examinar temas da agenda bilateral e questões relacionadas com o processo de paz palestino-israelense".
Yigal Palmor, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores de Israel, destacou em declarações à Efe a importância desta visita em nível bilateral.
"É importante para o fortalecimento das relações entre os dois países. As relações econômicas avançam de forma impressionante, mas estão longe do que podem ser", disse em referência a uma balança comercial que em 2011 superou os US$ 1,4 bilhão, 215% maior do que em 2002.
Também confirmou que nos encontros serão tratados "assuntos regionais e estratégicos", a habitual forma que a diplomacia israelense utiliza para se referir ao Irã, que "Israel atribui uma grande importância à postura do Brasil".