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Da Redação
Publicado em 10 de maio de 2012 às 15h05.
Brasília - O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Antonio Patriota, disse nesta quinta-feira que o país mantém uma "grande convergência política" com o Governo Argentino e garantiu que os problemas no comércio bilateral não ofuscam essa realidade.
Patriota compareceu nesta quinta diante da Comissão das Relações Exteriores do Senado e foi questionado sobre as divergências comerciais que surgiram entre os dois membros do Mercosul. O ministro afirmou que as duas partes possuem preocupações que estão sendo discutidas pontualmente, tanto pelos Governos como pelos setores privados, mas ressaltou que no geral, o cenário é positivo.
"É um momento de grande convergência política entre dois países governados por mulheres que se declaram na defesa de uma agenda de justiça social e de promoção do crescimento econômico para reduzir as desigualdades", afirmou Patriota.
Segundo o ministro, a "sintonia" entre as presidentas argentina, Cristina Kirchner, e brasileira, Dilma Rousseff, ajuda fortalecer as relações no âmbito bilateral e no Mercosul. O chanceler atribuiu as queixas recorrentes de empresários dos dois lados devido aos impedimentos alfandegários que surgiram nos dois países.
Patriota ainda ressaltou o contato cada vez mais frequente entre os setores privados dos dois países e citou como exemplo uma reunião realizada na última terça-feira em São Paulo, com 600 empresários argentinos e membros de 270 companhias brasileiras.
Além disso, o ministro destacou que tanto Argentina como o Brasil compartilham uma "preocupação" sobre a concorrência dos países asiáticos, sobretudo a China, no comércio internacional. "São preocupações semelhantes diante de um desafio muito grande", disse.
O chanceler brasileiro anunciou que nas próximas semanas será realizado em Buenos Aires uma reunião entre autoridades argentinas e brasileiras dos setores de agricultura e energia a fim de examinar os desafios da agenda bilateral e regional.
No contexto bilateral, o chanceler reiterou que tem contatos permanentes com as autoridades argentinas para discutir diferentes impedimentos ao comércio que geraram os protestos de empresários brasileiros.
Segundo dados oficiais do Brasil, o comércio com a Argentina cresceu 20,2% no ano passado e somou US$ 39,6 bilhões de dólares. A balança foi favorável propícia ao Brasil em 5,8 bilhões de dólares, condição que a Argentina atribuiu às barreiras comerciais que dificultam a entrada de seus produtos no mercado brasileiro.