Mundo

Patriota admite desconfiar do programa nuclear iraniano

Ministro das Relações Exteriores brasileiros disse que tem dúvidas se o programa só tem fins pacíficos

O ministro das Relações Exteriores Antonio Patriota: desconfiança do Irã (Cristiano Mariz/VEJA)

O ministro das Relações Exteriores Antonio Patriota: desconfiança do Irã (Cristiano Mariz/VEJA)

DR

Da Redação

Publicado em 16 de setembro de 2011 às 13h54.

Rio de Janeiro - Apesar de defender o direito do Irã de desenvolver um programa nuclear, o que contraria a postura desconfiada de diversos países, o Brasil agora também passa a duvidar das verdadeiras intenções iranianas, segundo Antonio Patriota, ministro das Relações Exteriores.

"Existem rumores com algum fundamento de que o programa de desenvolvimento de energia nuclear do Irã não seja exclusivamente para fins pacíficos", afirmou Patriota em entrevista publicada pelo jornal "Folha de S. Paulo".

"Acho que é necessário que o Irã demonstre, de fato, que o programa nuclear será utilizado apenas para fins pacíficos", acrescentou o ministro.

Durante o mandato de Luiz Inácio Lula da Silva, o Brasil tentou se posicionar como mediador no conflito internacional do programa nuclear, defendendo o direito do Irã de enriquecer urânio.

No entanto, Patriota negou que o governo de Dilma Rousseff tenha adotado uma nova política em torno do Irã. "As linhas básicas permanecem iguais. Somos a favor de um compromisso com o Irã que contribua para reduzir esse clima de tensão", afirmou.

O chanceler também admitiu a autenticidade de suas declarações citadas em um dos arquivos do serviço diplomático dos Estados Unidos, que foi revelado pelo WikiLeaks. Nesta, o ministro expõe sua "grande desconfiança" em torno das intenções do Irã.

"Não usaria exatamente essas palavras, mas reconheço que existe um problema de confiança. Aliás, é um reconhecimento que sempre houve por parte do Brasil", afirmou.

Acompanhe tudo sobre:ÁsiaDiplomaciaEnergiaEnergia nuclearInfraestruturaIrã - País

Mais de Mundo

Tarifas de Trump: Canadá alerta que EUA vão depender de petróleo da Venezuela

Controlador em colisão aérea em Washington ficou sozinho porque colega saiu mais cedo

Trudeau afirma que Canadá responderá "com força" às ​​tarifas de Trump

Por que sistema anticolisão não evitou choque entre avião e helicóptero nos EUA? Entenda