Mundo

Pássaro faz outras aves criarem seus filhotes

O tecelão-parasita é conhecido por ludibriar outras aves que acabam por criar seus filhotes, mas um estudo demonstrou a cara de pau deste enganador emplumado

Ninho de pássaros: ave deposita seus ovos em outros ninhos e tenta, inclusive, combinar seus ovos, disfarçando-os para que se pareçam com o de seus hospedeiros (AFP)

Ninho de pássaros: ave deposita seus ovos em outros ninhos e tenta, inclusive, combinar seus ovos, disfarçando-os para que se pareçam com o de seus hospedeiros (AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 25 de setembro de 2013 às 10h25.

Paris - O tecelão-parasita (Anomalospiza imberbis), uma espécie de ave pequena encontrada na África, é conhecido por ludibriar outros pássaros que acabam por criar seus filhotes, mas um novo estudo demonstrou a cara de pau deste enganador emplumado em se evadir do dever parental.

O passarinho de padrão listrado e amarelo predominante, do tamanho de um pardal, é um bicão conhecido.

Ele deposita seus ovos nos ninhos de outras aves e tenta, inclusive, combinar seus ovos, disfarçando-os para que se pareçam com o de seus hospedeiros.

Desta forma, ele tira vantagem das aves que acabam virando, involuntariamente, pais adotivos, que chocam os ovos dos tecelões-parasitas junto com os deus próprios e criam os filhotes depois que estes saem dos ovos.

Agora os cientistas testemunharam pela primeira vez a persistência das avezinhas em seu elaborado plano de ilusão.

De acordo com um estudo publicado na revista Nature Communications, a fêmea retorna para o mesmo ninho hospedeiro várias vezes para depositar quantos ovos puder, provavelmente a uma taxa de cerca de um ovo dia em dias alternados.

Ao depositar alguns ovos no mesmo ninho, o tecelão-parasita confunde os hospedeiros, tornando-os menos capazes de identificar e descartar os ovos invasores, separando-os dos seus próprios.


"O tecelão-parasita desenvolveu uma estratégia nova para desbaratar as defesas do hospedeiro e aumentar seu êxito reprodutivo", explicou o co-autor do estudo, Martin Stevens, da Universidade de Exeter.

"Eles enganam os hospedeiros e, com isto, ajudam a que mais filhotes sejam criados", acrescentou.

Os filhotes de tecelão-parasita costumam crescer mais rápido e são mais estridentes em pedir comida do que os filhotes dos hospedeiros, que acabam morrendo de fome, enquanto os intrusos recebem mais comida de seus pais traídos.

Em Zâmbia, onde o estudo foi realizado por uma equipe da Grã-Bretanha e da África do Sul, a vítima mais frequente deste enganador é a prínia-de-flancos-castanhos (Prinia subflava) africana, uma ave de tamanho similar, mas de cor mais escura.

O tecelão-parasita é da família Passaridae. É parente distante do cuco verdadeiro, que migra entre a África e a Europa.

A prínia costuma por de dois a quatro ovos e procria durante a estação úmida, entre fevereiro e março, na Zâmbia.

Cerca de um quinto dos ninhos de prínias é invadido por tecelões-parasitas, mas os hospedeiros às vezes descobrem os ovos invasores e os põem para fora, explicou Stevens.

Acompanhe tudo sobre:ÁfricaAnimaisEuropaMeio ambiente

Mais de Mundo

Trump nomeia Robert Kennedy Jr. para liderar Departamento de Saúde

Cristina Kirchner perde aposentadoria vitalícia após condenação por corrupção

Justiça de Nova York multa a casa de leilões Sotheby's em R$ 36 milhões por fraude fiscal

Xi Jinping inaugura megaporto de US$ 1,3 bilhão no Peru