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Passados 20 anos da ECO-92, cidade da moda recebe a Rio+20

Apesar da melhora na segurança, o Rio ainda está longe de ser um modelo ambiental e ainda sofre com graves problemas de saneamento, poluição e infraestrutura

A instalação de Unidades de Polícia Pacificadora (UPP) em comunidades que antes eram dominadas pelo tráfico, melhorou a imagem do Rio (Governo do Estado do Rio)

A instalação de Unidades de Polícia Pacificadora (UPP) em comunidades que antes eram dominadas pelo tráfico, melhorou a imagem do Rio (Governo do Estado do Rio)

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Da Redação

Publicado em 19 de junho de 2012 às 10h27.

Rio de Janeiro - Passados 20 anos desde que recebeu a Cúpula da Terra, também conhecida como ECO-92, o Rio de Janeiro é palco outra vez de um debate global sobre o futuro do planeta, mas agora na condição de cidade da moda, pois em 2014 será uma das sedes da Copa do Mundo e em 2016 receberá os Jogos Olímpicos.

"O Rio de Janeiro evoluiu muito desde a cúpula de 1992. E não estou falando só de segurança, que era a principal preocupação naquela época e de até pouco tempo atrás", disse à Agência Efe o prefeito do Rio, Eduardo Paes.

"A pacificação das favelas é algo concreto, que mudou o dia a dia da nossa cidade", acrescentou o prefeito do Rio, anfitrião da Conferência da ONU sobre Desenvolvimento Sustentável Rio+20, que reúne até sexta-feira cerca 50 mil pessoas, entre elas aproximadamente 100 chefes de Estado e de governo.

A implementação de uma nova política de segurança pública, e principalmente a instalação de Unidades de Polícia Pacificadora (UPP) em comunidades que antes eram dominadas pelo tráfico, melhorou a imagem da cidade, associada durante anos à criminalidade.

Segundo estatísticas da Secretaria de Segurança, o número de homicídios no estado do Rio caiu de 7.635 em 1992 para 4.286 em 2011. Essa redução levou a taxa de assassinatos por cada 100 mil habitantes para 26,5, contra os 57,9 de 20 anos atrás.

A redução da violência permitiu que as autoridades brasileiras realizassem nesta semana um plano de segurança menos ostensivo e com menos policiais e militares que em 1992, quando a cidade foi militarizada e era possível ver tanques blindados com os canhões apontados para as favelas.

"A interferência dos militares nesta ocasião é a mínima possível", disse o general do Exército, Adriano Pereira, chefe do Comando Militar do Leste.

Além de mais seguro, o Rio é hoje um novo pólo de investimentos. A cidade se beneficiou da estabilidade econômica e das políticas de distribuição de renda que permitiram, nos últimos, transformar 30 milhões de brasileiros pobres em consumidores.


O aumento da renda da população (a renda per capita dobrou desde 2000) e o descobrimento do pré-sal tornaram o Rio um importante destino mundial de investimentos produtivos.

A Federação de Indústrias do Rio de Janeiro calcula que o estado receberá entre 2012 e 2014 cerca de US$ 106 bilhões em investimentos, o que faz da região a que mais concentra aplicação de recursos por quilômetro quadrado no mundo.

Esses investimentos buscam em parte atender os negócios surgidos pela condição do Rio como sede da Rio+20, assim como da Copa das Confederações e da Jornada Mundial da Juventude, todos em 2013, e da Copa do Mundo e das Olimpíadas.

No entanto, a cidade está longe de ser um modelo ambiental e ainda sofre com graves problemas de saneamento, poluição e infraestrutura.

Segundo dados oficiais, 14,4% dos 11,8 milhões de habitantes da área metropolitana do Rio vive em imóveis inadequados, 15% das residências do estado não tem rede de água e esgoto e 12% não conta com água encanada.

Se em 1992 a principal preocupação era garantir a segurança dos presidentes, desta vez o fundamental é abrir passagem em uma cidade engarrafada, até o ponto de o prefeito decretar o fechamento das escolas e universidades entre quarta-feira e sexta-feira, numa tentativa de reduzir o fluxo de veículos.

A frota de veículos saltou de 1,8 milhões em 1992 para 2,5 milhões este ano, sem que as vias existentes aumentassem nesta proporção.

Paes, no entanto, destaca alguns avanços não só na questão de tráfego, mas também em relação à coleta de lixo, e aponta o recente fechamento do Aterro de Gramacho, o maior lixão da América Latina.

"Vinte anos depois vamos receber mais de cem chefes de Estado com o Aterro de Gramacho fechado e com um novo corredor expresso para ônibus de 56 quilômetros de extensão que reduzirá pela metade o tempo que a população da Zona Oeste perde atualmente no trânsito", disse à Efe o prefeito. 

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