Manifestante é visto fugindo da polícia em Atenas, na Grécia (Yannis Behrakis/Reuters)
Da Redação
Publicado em 19 de outubro de 2012 às 14h54.
Atenas - O principal partido de oposição da Grécia Syriza e o de extrema direita Aurora Dourada estão crescendo em popularidade entre os eleitores enfurecidos com uma nova onda de cortes de salários e pensões exigidos pelos credores estrangeiros, mostrou uma pesquisa nesta sexta-feira.
Se as eleições fossem hoje, o Syriza venceria com 30,5 por cento dos votos, em relação a 27 por cento para o Nova Democracia, que lidera a coalizão de três partidos que apoia o pacote de resgate financeiro da Grécia, afirmou o instituto de pesquisa VPRC em um levantamento para o jornal Avrio Ellada.
A frustração dos gregos com seus líderes políticos tem crescido, à medida que a coalizão prepara-se para avançar com a nova rodada de medidas de austeridade para acalmar os credores e garantir mais ajuda e manter as finanças públicas equilibradas.
Quase nove em cada dez gregos estavam insatisfeitos com seu governo e 81 por cento acreditavam que o país estava no caminho errado. A parcela de eleitores indecisos ficou em 60 por cento, segundo a pesquisa.
O apoio para o ultra-nacionalista Aurora Dourada, que tem sido associado a um aumento de ataques contra imigrantes nos últimos meses, situou-se em 14 por cento, o dobro a sua aceitação nas eleições de junho, que deram ao partido uma posição no Parlamento. Isso faria com que o grupo virasse o terceiro maior partido do país.
A furiosa mensagem anti-imigranttes do partido encontrou espaço entre muitos eleitores, conforme a austeridade imposta pela UE e FMI impulsionou os níveis de desemprego a um recorde de 25 por cento.
O partido Aurora Dourada nega que é neonazista, mas tem um emblema parecido com uma suástica e seus partidários foram visto fazendo saudações ao estilo nazista. O líder do partido, Nikolaos Mihaloliakos, negou que o Holocausto ocorreu, enquanto o parlamentar, Eleni Zaroulia, chamou imigrantes de "sub-humanos" no Parlamento, na quinta-feira.
O apoio para os dois parceiros de coalizão do governo, o socialista Pasok e a Esquerda Democrática, ficou em 5,5 por cento cada um, bem abaixo dos seus resultados na eleição de junho, quando ficaram com 12,3 por cento e 6,3 por cento dos votos, respectivamente.