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Partido do presidente da Coreia do Sul se posiciona contra impeachment de Yoon Suk Yeol

A oposição entrou com o pedido após o chefe do Executivo sul-coreano impor uma lei marcial que foi derrubada poucas horas depois pelo Parlamento

Publicado em 5 de dezembro de 2024 às 06h47.

Última atualização em 5 de dezembro de 2024 às 06h51.

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O Partido do Poder Popular, o mesmo do presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk Yeol, anunciou nesta quinta-feira (5, noite de quarta em Brasília) sua oposição ao processo de impeachment contra o chefe do Executivo do país, iniciado após a breve imposição de uma lei marcial que já resultou na renúncia do ministro da Defesa.

A medida, inédita desde a democratização do país em 1987, durou apenas algumas horas até que o Parlamento votasse contra ela, mas desencadeou uma crise política que ameaça o futuro do impopular presidente conservador.

A oposição, formada pelo Partido Democrata, é majoritária no Parlamento e apresentou uma moção de impeachment que exigiria o apoio de pelo menos oito deputados do Partido do Poder Popular (governista) para atingir os dois terços necessários para sua aprovação.

No entanto, o líder parlamentar do partido do presidente Yeol, Choo Kyung-ho, afirmou nesta quinta-feira que "os 108 deputados do Partido do Poder Popular permanecerão unidos para rejeitar a destituição do presidente".

O dirigente do partido, Han Dong-hoon, também declarou que trabalharão "para evitar que a moção de destituição seja aprovada".

Entenda o que é lei marcial, medida anunciada pelo presidente da Coreia do Sul

Ele garantiu, entretanto, que isso não significa "defender a lei marcial inconstitucional do presidente", ao qual já solicitou que deixe o partido.

Na noite de terça-feira, Yoon impôs a lei marcial alegando ameaças das "forças comunistas da Coreia do Norte" e de "elementos antinacionais" dentro do país.

A ordem civil foi suspensa por algumas horas, e o exército foi mobilizado ao redor do Parlamento, onde deputados da oposição enfrentaram as forças de segurança para conseguir entrar na câmara e votar contra a medida, o que levou Yoon a recuar na madrugada de quarta-feira.

Desde então, Yoon não fez aparições públicas. Nesta quinta-feira, ele aceitou a renúncia apresentada no dia anterior pelo ministro da Defesa, Kim Yong-hyun, conforme anunciou a Presidência.
A agência de notícias Yonhap informou que o Partido Democrata, líder da oposição, pretende que a Assembleia discuta a moção de destituição no sábado.

Se a moção for aprovada, o presidente será suspenso e substituído pelo primeiro-ministro enquanto a Corte Constitucional analisa o caso e emite um veredicto no prazo de 180 dias.
Caso o tribunal confirme a destituição, novas eleições presidenciais deverão ser realizadas em até 60 dias.

 Demissão do ministro da Defesa

Desde sua chegada ao poder em 2022, o ex-promotor de Justiça enfrentou várias crises que derrubaram sua popularidade.

Na noite de terça-feira, após semanas de uma dura disputa sobre o orçamento com a maioria opositora no Parlamento, o presidente impôs a lei marcial alegando ameaças das "forças comunistas da Coreia do Norte" e de "elementos antinacionais" dentro do país.

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A ordem civil foi suspensa por algumas horas. Um decreto do comandante das Forças Armadas proibiu atividades e partidos políticos, "a falsa propaganda", as greves e as "concentrações que incitam a agitação social".

As forças de segurança blindaram a Assembleia Nacional, helicópteros militares pousaram no teto do Parlamento e quase 300 soldados tentaram isolar o local, onde os deputados da oposição conseguiram entrar depois de enfrentar as forças de segurança.

Enquanto os funcionários do Parlamento bloqueavam as entradas da Câmara com sofás e extintores, os opositores votaram contra a lei, o que em tese obrigava constitucionalmente Yoon a revogar a lei marcial.

Para alívio de aliados internacionais, como os Estados Unidos, que expressaram preocupação com a situação, Yoon fez um discurso em cadeia nacional durante a madrugada para anunciar a saída das tropas e a suspensão da lei marcial.

Desde então, o presidente não faz aparições públicas. Nas ruas, vários protestos exigem sua renúncia ou prisão. Seu gabinete informou que Yoon não fará nenhum pronunciamento durante o dia.
Até o momento, o escândalo custou o cargo do ministro da Defesa, Kim Yong-hyun, que teve o pedido de demissão aceito pelo presidente.

Um crime imperdoável

A denúncia contra Yoon apresentada pelo Partido Democrata, o principal da oposição, também afeta alguns de seus ministros, além de comandantes militares e da polícia.

"Este é um crime imperdoável, que não pode, não deve e não será perdoado", disse o parlamentar Kim Seung-won.

Após horas de confusão e preocupação, o conselheiro de Segurança Nacional dos Estados Unidos, Jake Sullivan, elogiou a "sólida e resistente" democracia sul-coreana e lembrou "a importância de sua manutenção".

Os Estados Unidos mantêm 28.500 soldados neste país, um aliado chave de Washington na Ásia desde a guerra (1950-1953) que dividiu a península coreana entre um Norte comunista e um Sul capitalista.

Tecnicamente, as duas Coreias permanecem em guerra desde o conflito da década de 1950, que terminou com um armistício e não com um tratado de paz. As relações tensas entre Seul e Pyongyang pioraram significativamente durante o mandato de Yoon.

Com informações de Agência AFP

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