Tayyip Erdogan: referendo no país concedeu amplos poderes ao presidente (Murad Sezer/Reuters)
Reuters
Publicado em 17 de abril de 2017 às 09h10.
Ancara - O vice-presidente do principal partido de oposição da Turquia pediu nesta segunda-feira a anulação do referendo que concedeu amplos poderes ao presidente do país, Tayyip Erdogan, e disse que vai levar a questão à Corte Europeia de Direitos Humanos, se necessário.
Bulent Tezcan, vice-presidente do Partido Republicano do Povo (CHP), disse que a legenda recebeu reclamações de diversas regiões onde pessoas afirmaram não conseguir votar com privacidade, e disse que algumas urnas foram apuradas em segredo.
Tezcan acrescentou que a decisão da Comissão Eleitoral Superior de aceitar urnas não carimbadas foi claramente fora da lei.
"No momento é impossível determinar a quantidade de votos desse tipo e quantos votos foram carimbados depois. É por isso que a única decisão que vai acabar com o debate sobre legitimidade (da votação) e tranquilizar as preocupações legais da população é a anulação dessa eleição pela Comissão Eleitoral Superior", disse Tezcan em uma coletiva de imprensa.
Tezcan disse que o Partido Republicano do Povo vai levar as queixas a autoridades eleitorais municipais e à Comissão Eleitoral Superior, e dependendo do resultado desses pedidos, vai apelar para a corte constitucional da Turquia, a Corte Europeia de Direitos Humanos e qualquer outra autoridade relevante.