Tsai Ing-wen: renunciou neste sábado à liderança do Partido Democrático Progressista (Ann Wang/Reuters/Reuters)
Reuters
Publicado em 24 de novembro de 2018 às 15h02.
TAIPEI (Reuters) - A presidente de Taiwan, Tsai Ing-wen, renunciou neste sábado à liderança do Partido Democrático Progressista (DPP, na sigla em inglês), depois de sofrer um enorme revés eleitoral, perdendo duas das mais importantes prefeituras da ilha.
Taiwan foi às urnas em eleições consideradas como um grande teste para o partido governista, que é pró-independência, antes de um pleito presidencial em pouco mais de um ano.
O processo eleitoral foi seguido de perto pela China, que considera Taiwan como parte do país, apesar de a ilha ter autogestão e eleições democráticas.
O gigante vizinho aumentou as pressões sobre a presidente Tsai Ing-wen e sua administração desde a posse, em 2016.
Nos dias que antecederam a votação, a presidente e seu governo disseram repetidamente que a China estava tentando influenciar no resultado das eleições com "bullying político" e "notícias falsas", algo que Pequim nega.
Entre os assuntos na urna, esteve um polêmico referendo sobre casamento do mesmo sexo. Mais de 11 mil postos estiveram em disputa em municípios, condados, distritos e vilarejos.
O DPP perdeu o controle da prefeitura de Kaohsiung, um importante centro de disputa para a legenda governista, governado há duas décadas pelo partido.
Além disso, também perdeu na cidade de Taichung, a segunda mais povoada da ilha.
Em ambos locais, venceu o oposicionista Kuomintang, que tem uma postura mais amigável com Pequim.
Tsai disse que o DPP refletiria após a derrota, mas prometeu seguir em frente.
"Continuar as reformas, liberdade e democracia, e proteger a soberania do nosso país são as missões que o DPP não vai abandonar", disse ela a repórteres.
O DPP manteve o controle de seus outros dois redutos: Tainan, no sul da ilha, e Taoyuan, no norte.
"Esta é uma trágica derrota para o DPP", disse Yao Chia-wen, assessor da presidente, à Reuters.
"Mas isso não significa apoio popular ao Kuomintang, é a decepção do povo com o DPP", disse ele, citando o atraso em iniciativas como reforma previdenciária e justiça.