Praça Taksim, em Istambul: no sábado, após o discurso de Erdogan, grupos de jovens foram às ruas em Istambul para agredir e intimidar os que apoiavam as manifestações. (REUTERS/Yannis Behrakis)
Da Redação
Publicado em 19 de junho de 2013 às 15h38.
Istambul - Um grupo de simpatizantes do governo foi nesta terça-feira à praça Taksim de Istambul, epicentro dos protestos na Turquia, encarar (literalmente) centenas de pessoas que protestam paradas e em silêncio como sinal de rejeição ao primeiro-ministro Recep Tayyip Erdogan.
Segundo o jornal turco Hürriyet, oito homens se colocaram na emblemática praça em frente aos chamados "cidadãos de pé", no que parecia um silencioso desafio entre opositores e partidários do governamental Partido de Justiça e Desenvolvimento (AKP).
Os homens, alguns com a barba cheia habitual entre os islamitas mais ortodoxos, usavam camisetas brancas com a frase: "Homens de pé contra os homens de pé".
Segundo o jornal, são partidários de Erdogan que responderam assim a sua convocação dos últimos comícios de mostrar que os manifestantes não representam a vontade do povo, mas o de uma minoria que seria manipulada do exterior.
Já no sábado, após o discurso de Erdogan, grupos de jovens foram às ruas em Istambul para agredir e intimidar os que apoiavam as manifestações.
A inovadora forma de protesto, de cidadãos que ficam de pé sem falar nem se mover, em ruas e praças, para demonstrar rejeição ao governo, nasceu depois do violento despejo policial da praça Taksim e do parque Gezi, nas redondezas.
O inventor da "modalidade" foi Erdem Gündüz, um ator que inaugurou em Taksim essa forma de protesto amplamente divulgada e imitada pelos opositores do governo islamita moderado.
Com o protesto individual e silencioso, se pretende burlar a proibição policial que na simbólica praça, e em outros lugares emblemáticos de outras cidades, se reúnam manifestantes antigoverno.